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BE deve permitir especialidade, mas demarcar-se no final caso PS não mude

O ex-deputado bloquista Pedro Soares defende que o partido deve viabilizar o Orçamento do Estado na generalidade, mas considera que, se o PS "mantiver a arrogância" e não se aproximar da esquerda na especialidade, o BE deve demarcar-se.

BE deve permitir especialidade, mas demarcar-se no final caso PS não mude
Notícias ao Minuto

06:38 - 22/12/19 por Lusa

Política Pedro Soares

Pedro Soares foi um dos 60 aderentes do BE que, descontentes com a orientação política da atual direção e o fechamento do partido, promoveram recentemente o Encontro Nacional Convergência com o objetivo de repensar do Bloco, do qual saiu o anúncio de que estavam a preparar uma moção para apresentar na próxima convenção e também um manifesto.

Em entrevista à agência Lusa, o antigo deputado do BE considera que o partido "deve estar interessado em fazer" o debate do Orçamento do Estado para 2020 (OE2020) na especialidade porque, caso não o fizesse, o PS diria sempre que teria estado disponível para acolher propostas dos bloquistas e isso "nunca chegaria a ser comprovado".

"O Bloco tem interesse, para a melhoria das condições de vida das pessoas e de toda a sociedade, que esse debate seja feito na especialidade", argumenta.

Assim, para Pedro Soares, o BE "deve permiti-lo", viabilizando o documento na generalidade.

"Agora, eu devo dizer com toda a clareza que eu acho que, de acordo com o programa eleitoral do Bloco de Esquerda, com aquilo que é a orientação política definida na última convenção, há aqui uma linha divisória clara entre o nosso [programa] e o Partido Socialista", ressalva.

No entanto, para o membro da articulação nacional da Convergência, "se tudo no essencial se mantiver, se o Partido Socialista mantiver esta arrogância que já se tinha vindo a manifestar nos dois últimos anos da 'Geringonça'", o Bloco "não tem outra alternativa que não demarcar-se deste Orçamento de Estado".

"Aliás já foi dito pela direção do Bloco que tudo estava em aberto, todas as três possibilidades estavam em aberto e uma delas de facto é de votar contra porque o Bloco de Esquerda não pode ficar comprometido com um Orçamento de Estado que é precisamente o contrário de tudo aquilo que o Bloco tem vindo a defender em termos da sua orientação política", avisa.

Para Pedro Soares, é claro que ou os socialistas têm "um outro tipo de comportamento de aproximação à esquerda" ou, de facto, "em nome da clareza e da higiene política neste país, cada partido terá que tomar uma posição clara sobre este orçamento".

"A Mesa Nacional do Bloco irá reunir-se no princípio de janeiro e estaremos nesse debate para definir o posicionamento, e a Convergência quer participar nesse debate e, como é óbvio, será solidária com a posição que a direção tomar", garante.

Pedro Soares é um dos 80 membros eleitos para a Mesa Nacional bloquista.

Este órgão máximo entre convenções reúne-se no dia 04 de janeiro para analisar a proposta de OE2020 apresentada pelo Governo, devendo ser decidido o sentido de voto do partido na generalidade.

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