Meteorologia

  • 25 ABRIL 2024
Tempo
15º
MIN 13º MÁX 19º

PS rejeita abertura de inquérito sobre utilização de apoios em Pedrógão

O PS defendeu hoje que a proposta de abertura de um inquérito parlamentar sobre a utilização dos apoios prestados às vítimas dos incêndios de Pedrógão Grande em 2017 "é uma saída simplista para um caso sobre investigação judicial".

PS rejeita abertura de inquérito sobre utilização de apoios em Pedrógão
Notícias ao Minuto

21:23 - 19/12/19 por Lusa

Política Pedrógão Grande

"Ver nos inquéritos parlamentares a resposta a todo tipo de frustração é muito redutor. O Ministério Público e Polícia Judiciária são as entidades competentes para essa tarefa de investigação", declarou o deputado do PS Santinho Pacheco.

Em reunião plenária, os deputados debateram uma petição que solicita a abertura de um inquérito parlamentar sobre a utilização dos apoios prestados às vítimas dos incêndios de Pedrógão Grande, em junho de 2017, que foi entregue à Assembleia da República em setembro de 2018, com 4.008 assinaturas.

Na perspetiva do PS, "banalizar as comissões parlamentares de inquérito é um mau serviço que a Assembleia da República presta a si própria enquanto órgão de soberania", afirmou Santinho Pacheco, recordando que, no âmbito do Fundo Revita, "das 269 casas de primeira habitação para reconstrução, só sete iriam ser reavaliadas pelos municípios", o que representa 3% do total, pelo que "não vale a pena tentar generalizar".

Da bancada do PSD, João Marques considerou que está é uma matéria que "urge ser cabalmente esclarecida", lembrando o movimento de solidariedade para apoio às vítimas dos incêndios de Pedrógão Grande.

"Por falta de organização na distribuição desses apoios, por incapacidade e incompetência do poder local e do Governo, verificaram-se situações absolutamente inaceitáveis, com benefícios financeiros e materiais distribuídos aleatória e indevidamente e reconstruções de casas e ruínas abandonadas e inabitadas há longos anos", apontou o social-democrata, confiando nas investigações do Ministério Público para "que se faça justiça".

No âmbito das competências do parlamento, João Marques sugeriu que se interrogue o Governo, nomeadamente sobre "quando e como serão ressarcidas as pequenas empresas de construção que com o cancelamento de muitas obras não receberam os montantes correspondentes ao trabalho já realizado", assim como pretende recuperar os montantes em obras irregulares ou ilegais em que se se venha a comprovar, judicialmente, que os proprietários não foram responsáveis.

Do PCP, João Dias indicou que "devem ser investigadas e apuradas todas as eventuais irregularidades", no sentido de encontrar a verdade e de haver um esclarecimento público.

Os comunistas entendem que "as questões de justiça devem ser tratadas pela justiça", mas a Assembleia da República deve exigir ao Governo que preste contas sobre o que foi feito para reparar os prejuízos.

Por parte do BE, Pedro Filipe Soares classificou como "absolutamente condenável" o aproveitamento indevido da solidariedade às vítimas dos incêndios.

No entanto, "o que os peticionários exigem é algo que não podemos dar", referiu o bloquista, defendendo que a Assembleia da República não pode substituir o trabalho das instâncias judiciais que estão a investigar o que aconteceu.

Para o deputado do CDS-PP João Almeida, a petição que solicita a abertura de um inquérito parlamentar sobre a utilização dos apoios prestados às vítimas dos incêndios de Pedrógão Grande, em junho de 2017, "nunca devia ter que existir", criticando a "incapacidade do Estado" neste âmbito.

Já a deputada do PAN Inês de Sousa Real sugeriu que se deve fazer um esforço para implementar medidas e ferramentas em sede judicial, administrativa e política, no sentido de evitar novas situações de utilização indevida de apoios de solidariedade.

Em julho deste ano, a Polícia Judiciária, que finalizou a investigação e propôs acusação, anunciou que o inquérito às alegadas irregularidades na atribuição de subsídios para a reconstrução ou reabilitação de habitações destruídas pelo fogo de 2017 em Pedrógão Grande tem 44 arguidos.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório