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O "requinte de malvadez" entre Costa e Centeno e o "provocador" Ventura

Marques Mendes debruçou-se este domingo sobre o alegado conflito entre Mário Centeno e António Costa, uma "das coisas mais graves" a que já assistiu, e sobre a repreensão de Ferro Rodrigues a André Ventura, que considerou "um momento muito infeliz" da parte do presidente da Assembleia da República.

O "requinte de malvadez" entre Costa e Centeno e o "provocador" Ventura

No entender de Luís Marques Mendes, a questão que envolve o primeiro-ministro, António Costa, e o presidente do Eurogrupo e também ministro português das Finanças, Mário Centeno, é "das coisas mais graves" a que assistiu "numa relação entre primeiro-ministro e ministro das Finanças".

Sublinhando que "há meses" que afirma que os dois governantes "estão em rota de colisão", o comentador explicou este domingo, no seu espaço de comentário na antena da SIC, que "a gravidade aqui é que primeiro-ministro quis que fosse público, não fez nada para evitar que fosse público e sabe muito bem quais são as consequências deste conflito ser público".

Recorde-se que na passada sexta-feira, em Bruxelas, António Costa tinha admitido existirem "problemas" na proposta de orçamento para a zona euro, mas afastou quaisquer "constrangimentos" com o presidente do Eurogrupo

Este sábado, na sequência de uma notícia do Expresso que dava conta de uma alegada discussão entre os dois governantes, o primeiro-ministro afirmou não existir "qualquer divergência" entre si e o ministro de Estado e das Finanças, salientando que o Governo português tem estado "mobilizado ativamente" em torno do orçamento da zona euro.

Marques Mendes refletiu que esta questão "enfraquece o ministro das Finanças dentro do Governo". "Fica mais fraco politicamente e fragiliza-o também dentro do Parlamento, perante todas as bancadas". 

O comentador denota, ainda, "um requintezinho de malvadez", que é "isto ser feito em vésperas de um debate de Orçamento". "Isto começou, praticamente, a seguir ao momento em que Mário Centeno foi para presidente do Eurogrupo", acrescentou, sublinhando que se trata de "mal-estar acumulado". "Porquê? Mário Centeno queria ser Comissário Europeu - António Costa deu-lhe a volta. Mário Centeno quis ser diretor-geral do FMI - acusa António Costa de não o ter ajudado nesse obetivo. Mário Centeno foi despromovido dentro da hierarquia do Governo - obviamente, não gostou", disse.

O antigo secretário de Estado acredita que, paralelamente, a tensão entre os dois governantes encontra raízes na "perceção de poder" de ambos. "Mário Centeno é um caso invulgar de popularidade e quando o ministro das Finanças tem poder a mais, o primeiro-ministro tem poder a menos", indicou Marques Mendes, que aponta para "um conflito de poder". "Mário Centeno é o único ministro que não pode ser substituído pelo primeiro-ministro, porque se ele for substituído cá dentro há uma crise lá fora - ele é presidente do Eurogrupo", afirmou. 

"André Ventura é um provocador, mas é um provocador inteligente"

Num outro tema que marcou a semana que agora terminou, Marques Mendes debruçou-se sobre a repreensão que o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, fez ao líder do Chega, André Ventura, numa das suas intervenções parlamentares, por causa de um uso exagerado da palavra "vergonhoso". Na opinião do comentador, Ferro Rodrigues "teve um momento muito infeliz", que configurou "um exagero completo".

"Essa é uma terminologia habitual no Parlamento português e em qualquer Parlamento da Europa e do mundo. Eu já usei essas palavras, muitos deputados já usaram essas palavras. Não sejamos mais papistas que o Papa", indicou o social-democrata.

O antigo secretário de Estado afirmou que, "para além de exagerada", esta tomada de posição de Ferro Rodrigues "é contraproducente". "Não vai afetar André Ventura, dá-lhe palco", indicou, afirmando que é necessário "agir com alguma inteligência".

"Algumas pessoas à Esquerda sentem alguma dificuldade em lidar com André Ventura, com o Chega e com os populismos de Direita. Reagem de uma forma que não é inteligente. André Ventura é um provocador, mas é um provocador inteligente, tem que se reagir com frieza, com serenidade, sem ter estados de alma e sobretudo sem ter preocupações de censura ou de policiamento do pensamento", disse.

Marques Mendes acredita que o deputado único do Chega deve ser chamado à atenção "nas contradições e incongruências que ele tem muito". "Mas não lhe deem palco, porque isso é fazer-lhe um favor", terminou.

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