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Rio lamenta que legado de Sá Carneiro esteja "um bocado perdido"

O líder do PSD, Rui Rio, lamentou hoje que o legado do fundador do partido Francisco Sá Carneiro esteja "um bocado perdido", garantindo que pretende conseguir recuperá-lo.

Rio lamenta que legado de Sá Carneiro esteja "um bocado perdido"
Notícias ao Minuto

20:17 - 04/12/19 por Lusa

Política PSD

No dia em que passam 39 anos sobre a morte do antigo primeiro-ministro e presidente do PSD Francisco Sá Carneiro e do antigo ministro e dirigente do CDS Adelino Amaro da Costa, a bordo de um avião que caiu em Camarate, decorre na Basílica da Estrela a tradicional missa evocativa.

À entrada, em declarações aos jornalistas, o também recandidato a líder social-democrata, Rui Rio, lembrou que, na prática, entrou para o então PPD como "o partido do doutor Sá Carneiro", assumindo que esta é a sua referência política em Portugal e que não voltou a "encontrar ninguém na política nacional" de quem se sentisse tão perto.

"Infelizmente não sinto tanto peso assim [do legado] porque já se passaram tantos anos e eu vejo hoje tanta gente mesmo dentro do partido a falar do doutor Sá Carneiro sem saber bem o que diz, portanto, infelizmente, o legado já está um bocado perdido", respondeu, em tom de lamento, quando questionado sobre se sentia o peso do legado do fundador do partido.

No entanto, o presidente do PSD assumiu que aquilo que pretende "é conseguir recuperar esse legado" dentro daquilo que está ao seu alcance.

Presente também esteve a ainda líder do CDS-PP, Assunção Cristas, que, em declarações aos jornalistas à saída da missa, afirmou ser um dia para lembrar a "memória de Adelino Amaro da Costa e de Sá Carneiro", que morreram "em circunstâncias trágicas".

"Nós temos todos os anos de lembrar, prestar homenagem e neste caso rezar também por eles, por aqueles que partiram com eles. O CDS e o PSD têm esta tradição há muitos anos e mantemo-la sempre, porque achamos essencial manter a memória de quem fundou, no caso do CDS, o nosso partido e de quem deixou uma memória tão inspiradora para todas as gerações que se seguiram", afirmou.

Minutos antes, chegou à Basílica da Estrela o também candidato à liderança social-democrata Luís Montenegro. Quando questionado sobre o debate televisivo que esta noite junta, pela primeira vez, os três candidatos, respondeu que tem uma "expectativa semelhante àquela" que o trouxe a esta missa evocativa.

"Nós estamos aqui a evocar o nosso fundador, Francisco Sá Carneiro, que foi sempre um homem frontal, um homem sem papas na língua, um homem que disse sempre o que pensava, nem sempre foi consensual no PSD, e também foi um homem que quis, a partir do nosso PPD na altura e depois PSD, apresentar um projeto diferenciador para a governação do país, para a interação com a sociedade portuguesa, do PS. E são precisamente com essas expectativas que eu estou aqui, à entrada para esta missa evocativa e também vou daqui a pouco para o debate com os meus companheiros de partido", comparou.

Questionado sobre uma sondagem hoje divulgada que dava Rui Rio à frente das preferências para a liderança do PSD, Montenegro disse não ter "dúvidas de que sobretudo os eleitores que não são do PSD preferem o doutor Rui Rio".

"Mas eu creio que a mensagem está a passar e é uma mensagem muito forte e muito mobilizadora", apontou.

O único dos três candidatos que não esteve presente na missa foi Miguel Pinto Luz, uma vez que, não tendo por hábito fazê-lo em anos anteriores, entendeu que não o devia fazer nesta altura apenas por estar na corrida eleitoral.

Miguel Pinto Luz divulgou hoje um vídeo em memória de Sá Carneiro, no qual assume que "as gerações mais novas conhecem mal a pessoa do fundador".

"Eu costumo dizer que o PSD é liberdade, dinamismo e ousadia. Assim também era Sá Carneiro. Foi livre quando criou este partido, que começou por se chamar PPD, unindo gente tão diferente: estudantes, profissionais liberais, pequenos e grandes proprietários, agricultores, republicanos, maçons, intelectuais, gente ligada à Igreja, como ele próprio era", aponta, nesse vídeo.

Em 4 de dezembro de 1980, Francisco Sá Carneiro, então primeiro-ministro, e Adelino Amaro da Costa, ministro da Defesa, morreram na queda do avião Cessna quando partiram de Lisboa para um comício de campanha no Porto, assim como a tripulação e restante comitiva: Snu Abecassis, Manuela Amaro da Costa, António Patrício Gouveia, Jorge Albuquerque e Alfredo de Sousa.

Inicialmente, o motivo da queda foi atribuído a um acidente, mas, anos mais tarde, após várias comissões parlamentares de inquérito, ganhou força a tese de atentado, nunca tendo sido incriminados os suspeitos da alegada sabotagem da aeronave.

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