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Ferro quis perceber escolta a Joacine. "Não fez sentido", diz Parlamento

De acordo com o secretário-geral da Assembleia da República, não esteve "em causa a segurança física" da deputada do Livre. Já Rafael Esteves Martins, assessor de Joacine Katar Moreira, alega que "um jornalista" entrou "pelo gabinete", o que terá motivado o pedido de intervenção por parte dos serviços de segurança do Parlamento.

Ferro quis perceber escolta a Joacine. "Não fez sentido", diz Parlamento
Notícias ao Minuto

12:48 - 27/11/19 por Filipa Matias Pereira

Política Joacine Katar Moreira

O Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, pediu, esta quarta-feira, que fossem apuradas as circunstâncias em que Joacine Katar Moreira pediu para ser escoltada por um oficial da guarda do Palácio de São Bento, pretendendo assim evitar que os jornalistas lhe colocassem questões. "Não estava em causa a segurança física" da deputada, assegurou o secretário-geral da Assembleia da República,  Albino Azevedo Soares, ao Notícias ao Minuto.

Em causa, está, recorde-se o conflito interno no Livre, que tem a única deputada eleita do partido e a direção como 'protagonistas'. Desde que o tema veio a público, a atualidade política nacional tem sido marcada por declarações de parte a parte. E ontem, no Parlamento, Joacine pediu a presença de um segurança por forma a evitar que os jornalistas no local a lhe colocassem mais questões.

Hoje, o episódio ganhou expressão, sobretudo depois de Ferro Rodrigues ter pedido à Secretaria-geral do Parlamento para apurar o que esteve na base da situação. Ora, Albino Azevedo Soares explicou ao Notícias ao Minuto que "foi a primeira vez" que uma circunstância desta natureza ocorreu. E, de acordo com o secretário-geral da Assembleia da República, o pedido da deputada "não fez sentido" porque "não estava em causa a [sua] segurança física".

Ao que tudo indica, Joacine tinha dado uma entrevista ao canal internacional Al Jazeera e, à saída da Assembleia da República, apercebeu-se da presença dos órgãos de comunicação social. O local onde a imprensa se encontrava "era o habitual. Aquele é um lugar autorizado".

Albino Azevedo Soares garantiu ao Notícias ao Minuto que transmitiu ao oficial de segurança que o episódio não deveria voltar a acontecer. Já questionado sobre se a mesma mensagem seria passada à deputada, o secretário-geral da Assembleia da República revelou que tal "não é necessário".

Os elementos da GNR "só podem intervir quando estiver em causa a segurança dos senhores deputados", reiterou Azevedo Soares em declarações à Lusa.

"Larguem o osso"

Já Rafael Esteves Martins, assessor de Joacine Katar Moreira, recorreu às redes sociais para esclarecer que "um jornalista" entrou "pelo gabinete", o que terá motivado o pedido de intervenção por parte dos serviços de segurança do Parlamento. "Larguem o osso", escreveu ainda o assessor. 

Recorde-se que a deputada do Livre tem estado envolvida em várias polémicas depois de se ter abstido num voto de condenação da ocupação istrelita em Gaza e de ter, aparentemente, falhado o prazo estabelecido pelo Parlamento para a entrada de projeto de lei da nacionalidade do Livre, uma das bandeiras do partido.

A “falta de comunicação” entre Joacine Katar Moreira e a direção do Livre terá começado quando a deputada se absteve no momento de condenar Israel pela nova agressão a Gaza. Perante a situação, o Livre veio a público, através de comunicado, manifestar “a sua preocupação com o sentido de voto da deputada Joacine Katar-Moreira, em contrassenso com o programa eleitoral do Livre e com o historial de posicionamento do partido nestas matérias”.

Ora, Joacine não se deixou ficar e reagiu às declarações do partido: “Assumo total responsabilidade pelo voto e devo dizer que, apesar de a abstenção não constituir um voto a favor ou um voto contra, ela não representou aquilo que tem sido desde sempre a minha posição pública sobre esta temática. Votei contra a direção de mim mesma”.

O caso segue agora para o Conselho de Jurisdição, mas entretanto, em declarações ao Notícias ao Minuto, a deputada acusou a direção do partido de "golpe", enfatizando que não é "descartável" e que tem intenções de "continuar" no partido. Por sua vez, Rui Tavares absteve-se de comentar estas declarações.

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