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Antifascistas denunciam infiltração da extrema-direita na PSP e GNR

A Frente Unitária Antifascista faz uma análise sobre o Movimento Zero após a manifestação da PSP e GNR. A organização acusa o Governo e a Esquerda de nada fazerem para combater o crescimento da extrema-direita em Portugal e a sua infiltração nas forças de segurança e do Exército. A FUA acusa ainda o deputado único do Chega de "oportunismo político".

Antifascistas denunciam infiltração da extrema-direita na PSP e GNR
Notícias ao Minuto

18:12 - 24/11/19 por Mafalda Tello Silva

Política Frente Unitária Antifascista

A Frente Unitária Antifascista (FUA) afirmou estar "bastante preocupada com o avanço da extrema-direita em Portugal" e com a "sua infiltração nas forças de segurança e no Exército".

Num comunicado enviado às redações este domingo, a organização - que tem como objetivo lutar pelo fortalecimento da democracia e combater o crescimento do fascismo - apresentou as suas conclusões sobre o grupo Movimento Zero e sobre a manifestação da PSP e da GNR que decorreu no passado dia 21 de novembro. A FUA conclui que Governo e a esquerda estão a "falhar". 

O grupo de antifascistas começa por alegar que "desde a primeira ação do Movimento Zero" que teve "fortes suspeitas sobre a sua ligação a movimentos de extrema-direita". Segundo a FUA, estas suspeitas foram baseadas numa monitorização das ligações e interações do grupo nas redes sociais, na constatação do "uso do símbolo White Power", bem como devido ao apoio expressado ao "deputado André Ventura e a outros movimentos de extrema-direita como o Escudo Identitário, o Movimento Armilar Lusitano ou ainda o PNR".

Contudo, na mesma nota, a organização denotou que foi na manifestação de dia 21 de novembro que ficou "bastante claro" a orientação do movimento em causa. "Não só pelo uso do símbolo de supremacia branca, que foi massivamente usado pelos membros do Movimento Zero, como pelo facto de terem assobiado e pedido a dois deputados de partidos diferentes para saírem da manifestação com o argumento de serem apartidários, apesar de, por outro lado, terem dado uma salvas de palmas e convidarem André Ventura para discursar no palco deles", sublinhou a FUA

Sobre o alegado símbolo de supremacia branca, a organização destacou ainda que o signo só pode ter dois significados: "O primeiro é para indicar que 'está tudo bem' ou 'ok' o que podemos considerar que de facto o significado era outro porque quem sai à rua para se manifestar é porque não está nada bem. O segundo significado é um símbolo pertence à ideologia supremacista".

Considerando os argumentos anteriores, a FUA exige que "seja feito uma investigação séria sobre a infiltração da extrema-direita nas forças de polícia e no exército". 

A "falha da esquerda"

A organização critica também a posição da esquerda parlamentar portuguesa perante este fenómeno acusando-a de escolher assuntos secundários e de deixar "questões como a corrupção de lado" criando, consequentemente, "um vazio político pelo qual a extrema-direita entrou e ganha adeptos".

"A responsabilidade da nossa esquerda é de retomar estes campos abandonados à extrema-direita, encontrar soluções efetivas para as justas reivindicações do povo, apoiar as suas lutas e acabarem com as lutas fratricidas que não só enfraquecem as forças democráticas, como reforça a extrema-direita e seu discurso populista", reitera a organização. 

Oportunismo político de André Ventura

No mesmo comunicado, a FUA aponta ao dedo também a André Ventura, líder e deputado único do Chega. De acordo com o grupo, a manifestação da PSP e da GNR demonstrou que André Ventura aproveitou-se politicamente dos protestos. 

"O que é preocupante é André Ventura usar qualquer manifestação ou assunto polémico para ganhar visibilidade, nem que seja preciso para isso contradizer-se. A manifestação de dia 21 foi mais uma vez uma amostra deste oportunismo político por parte do deputado". 

Os antifascistas justificam esta posição recordando que o professor universitário e comentador desportivo ignorou "por completo a vontade dos organizadores da manifestação" e discursou no palco. Para a organização André Ventura acabou por criar "tensões na própria manifestação, como foi demonstrado pelas tomadas de posição de vários manifestantes e representantes sindicais que se desmarcaram e repudiaram este ato".

Ainda sobre o dirigente partidário, a FUA deixou o aviso de que "não se deixa enganar pela falsa preocupação deste deputado e está presente para denunciar as incoerências e falsidades" do seu partido.

A organização concluiu que está "bastante preocupada com o avanço da extrema-direita em Portugal" e com a "sua infiltração nas forças de segurança e no exército". Acreditando que esta situação representa "um risco real para a população portuguesa", a FUA considera que "existe uma grande falha por parte do Governo português" em agir "contra este perigo" e exige que este tema seja uma "prioridade" para o Executivo de António Costa e para os partidos do hemiciclo. 

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