PS quer transição digital dentro do "escrutínio democrático"
O deputado do PS Porfírio Silva defendeu hoje que o parlamento deve garantir que a tecnologia não seja usada para "condicionar a vida em comunidade fora do escrutínio democrático", durante um debate temático sobre Transição Digital.
© Global Imagens
Política PS
"É nossa responsabilidade trabalhar para que a proteção jurídica dos direitos, liberdades e garantias não seja corroída por novos poderes fácticos que, na esfera global, usam as novíssimas tecnologias para condicionar a vida em comunidade fora do escrutínio democrático", afirmou Porfírio Silva no hemiciclo, durante um debate que decorre hoje na Assembleia da República.
O parlamentar do PS destacou também que o digital "destruirá uns empregos e criará outros", e referiu que "a conectividade omnipresente, como base de novas formas de negócio, mobiliza consumidores, mas também compra força de trabalho fugindo vezes demais à regulação do Estado Social de Direito".
"Uma multidão de indivíduos isolados e anónimos face a empregadores sem rosto é o inferno da desproteção absoluta do trabalho", disse o deputado socialista no arranque do debate.
Porfírio Silva alertou também para um "mundo onde o autoritarismo digital é a nova face de velhas tendências totalitárias", e instou a que se aproveite a presidência portuguesa da União Europeia, no primeiro semestre de 2021, para "promover, à escala global, uma transição digital democrática".
Porfírio Silva disse ainda que é necessária "inovação social" e uma "transição digital inclusiva" no âmbito da inovação tecnológica.
O deputado revelou que o grupo parlamentar do PS "vai revisitar o projeto apresentado na anterior legislatura para uma Carta de Direitos Fundamentais na Era Digital", e apoia o Governo na criação de uma "Carta de Cidadania Digital, que consagre os direitos dos cidadãos no mundo digital".
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