Política nacional ocupa mais de um quarto do espaço mediático
A política nacional representa mais de um quarto do espaço mediático ocupado por 45 jornalistas em posição de chefia, apresentadores de informação televisiva ou comentadores, concluiu um estudo hoje divulgado.
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Política Estudo
De acordo com o estudo 'Jornalistas Em Ação: Análise da atividade e presença de profissionais do jornalismo nos media tradicionais e nas redes sociais', 27% do espaço mediático dos profissionais em análise é dedicado à política nacional.
A economia e a política internacional ocupam cada uma 14% desse espaço.
O estudo foi feito por uma equipa multidisciplinar com investigadores da Universidade Católica Portuguesa (CEPCEP) e de um grupo que agrega empresas de relações públicas e 'marketing'.
Com base numa amostra de 45 jornalistas portugueses, todos eles com responsabilidades editoriais, apresentadores de telejornais ou comentadores, foram recolhidos dados durante o 1.º trimestre de 2019.
"A amostra destes 45 jornalistas foi intencional, cumprindo dois de três critérios. São eles o desempenho de cargos diretivos na comunicação social, a presença em programas ou espaços próprios (de informação ou comentário em media), e a atuação nos media sociais e digitais", explicaram os investigadores à agência Lusa.
A seleção não teve como objetivo a representatividade face ao universo total de jornalistas, mas sim outro tipo de representatividade.
"Apesar da constituição intencional da amostra, enfatizamos que esta tenta cobrir a atuação jornalística nos vários meios (imprensa, rádio, televisão e 'online'). A presença e atividade dos jornalistas em Portugal foi mapeada através das suas produções noticiosas nos meios tradicionais e das suas publicações nos meios digitais próprios", disseram os investigadores.
O estudo analisou as publicações tomando em consideração o suporte, tipo de meios, temas, estilo discursivo e género do jornalista, entre outras variáveis.
Segundo as conclusões, destacaram-se os estilos discursivos crítico (43% das notícias) e analítico-interpretativo/explicativo (27%).
O estilo crítico dominou nas publicações e notícias relacionadas com educação (80%), justiça (68%), saúde (56%) e política nacional (49%).
As intervenções na área do desporto foram maioritariamente de estilo analítico-interpretativo (54%), bem como as de política internacional (60%).
De acordo com o estudo, existe uma relação entre o género dos jornalistas e os temas tratados, com os homens a dominarem a área da política nacional, economia e desporto e as mulheres a serem as principais protagonistas na área da política internacional e sociedade.
"A relação entre posição editorial e os temas tratados sugere que áreas como a economia ou política tendem a ser tratadas por jornalistas com cargos superiores hierarquicamente, ao contrário do desporto ou sociedade. Estes mesmos jornalistas tendem mais para uma intervenção com tom crítico (44%) do que analítico-interpretativo (36%)", refere.
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