"Foi com profundo pesar que o PEV recebeu a notícia do falecimento de José Mário Branco. José Mário Branco, músico, autor, poeta, produtor e um dos nomes mais importantes da música portuguesa dos últimos 50 anos. Homem comprometido com a construção de um mundo melhor, é autor de uma obra singular no panorama musical, tornando-se o expoente da música de intervenção portuguesa, tendo por isso sido perseguido pela PIDE até se exilar em França. A sua obra não se cingiu à música de intervenção, tocou desde a música de intervenção e a canção de Abril até ao fado", lê-se em comunicado.
Para os ecologistas, "o mundo da Cultura fica mais pobre" e, "nesta hora de luto e dor", os responsáveis de "Os Verdes" enviam "a mais profunda solidariedade e amizade, endereçando os seus mais sentidos pêsames à sua família".
Nascido no Porto, em maio de 1942, José Mário Branco é considerado um dos mais importantes autores e renovadores da música portuguesa, em particular no período da Revolução de Abril de 1974. O seu trabalho estende-se também ao cinema e ao teatro.
Foi fundador do Grupo de Ação Cultural (GAC), fez parte da companhia de teatro A Comuna, fundou o Teatro do Mundo, a União Portuguesa de Artistas e Variedades e colaborou na produção musical para outros artistas, nomeadamente Camané, Amélia Muge ou Samuel.
Estudou História nas universidades de Coimbra e do Porto, foi militante do PCP até ao final da década de 60 do século passado e a ditadura forçou-o ao exílio em França, para onde viajou em 1963, só regressando a Portugal em 1974.
Em 2018, José Mário Branco cumpriu meio século de carreira, tendo editado um duplo álbum com inéditos e raridades, gravados entre 1967 e 1999. A edição sucede à reedição, no ano anterior, de sete álbuns de originais e um ao vivo, de um período que vai de 1971 e 2004.