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Projeto do novo hospital da Madeira ainda está envolto em "neblina"

O CDS-PP/Madeira considerou hoje que o projeto de construção do novo hospital da região está envolto numa "neblina" relativa à falta de vontade da República de financiar atempadamente o projeto.

Projeto do novo hospital da Madeira ainda está envolto em "neblina"
Notícias ao Minuto

14:18 - 12/11/19 por Lusa

Política CDS

"O novo hospital é um desígnio, tem o projeto elaborado, está em fase de concurso, mas existe uma neblina na vontade ou falta de vontade da República em financiar a tempo e horas este projeto, que é estruturante para a região", declarou o parlamentar centrista Mário Pereira no debate do programa do XIII Governo Regional da Madeira, que decorre até quarta-feira na assembleia do arquipélago.

O Governo Regional, de coligação PSD/CDS, resultou das eleições de 22 de setembro, nas quais o PSD perdeu pela primeira vez a maioria absoluta que sempre deteve na região, elegendo 21 dos 47 deputados do parlamento madeirense, e optou por coligar-se com o CDS, partido que garantiu três lugares.

"Temos algumas confianças e perigos no horizonte", declarou Mário Pereira em relação à saúde, defendendo que deve haver "prudência" na abordagem das listas de espera, "um desafio" a resolver.

Está previsto que o novo hospital tenha financiamento do Estado, mas a região tem criticado a demora do executivo nacional socialista em adiar a confirmação dos 50% de comparticipação.

Apesar de o primeiro-ministro, António Costa (PS), no anterior mandato (2015-2019), ter prometido, no decorrer de visitas efetuadas à Madeira, que o Estado iria suportar 50% do valor total do projeto, estimado em 340 milhões de euros, a resolução do Conselho de Ministros publicada no Diário da República em 10 de outubro de 2018 acabou por reduzir esse valor.

No debate de hoje, o líder da bancada do PS, o maior partido da oposição na Assembleia Legislativa da Madeira, Miguel Iglésias, afirmou que, ao ouvir o secretário regional da Saúde e da Proteção Civil sobre os investimentos previstos no setor, considerou que o governante está "a viver uma realidade paralela onde está tudo bem".

As notícias que têm surgido, sublinhou, "falam de um constante pandemónio no Serviço Regional de Saúde", contrariando a afirmação do governante de que houve um aumento de 300 médicos no arquipélago, porque "entre 2017 e 2018 houve uma redução de 422 para 405".

O deputado socialista Élvio Jesus salientou que "esperava medidas mais enérgicas" neste programa governativo e que se conseguisse aproveitar a "capacidade instalada" no sistema público.

"Esperamos que as contratações no Serviço Regional de Saúde não sejam feitas com mais estratégia, não sejam aos soluços", declarou, sublinhando que não devem servir "para limpar as listas de desemprego, como tem sido na última década", com pessoas sem preparação para as funções.

Por seu turno, o líder parlamentar do JPP, Élvio Sousa, sustentou que, apesar de ser um tema que tem sido falado exaustivamente, "as listas de espera continuam a engordar, os utentes estão insatisfeitos e menos confiantes".

Apesar de o programa do Governo Regional ter a "meta auspiciosa de atribuir um médico e um enfermeiro de família a cada madeirense" nos próximos quatro anos, indicou, presentemente cerca de 111 mil utentes não têm esta valência e a resolução de recurso ao setor privado poderá configurar situações de "promiscuidade".

O responsável da bancada do PSD, Jaime Filipe Ramos, opinou que este programa "é ambicioso na área da saúde e tem a capacidade de reconhecer que é preciso fazer mais".

O parlamentar recordou que o Orçamento Regional de 2019 foi "o maior de sempre na saúde", reforçando a aposta no setor, e que "o montante afeto foi duas vezes superior à média nacional".

"O nosso sistema de saúde é bem melhor do que o dos Açores e o nacional", sublinhou, concluindo que "se a saúde não é perfeita na Madeira, pode ficar melhor".

Quanto ao deputado único do PCP/PEV, Ricardo Lume, realçou o problema da "falta de meios" nas unidades de saúde do arquipélago.

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