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"Capacidade de dialogar à Esquerda é o que fica para esta legislatura"

A ministra de Estado com a tutela da Presidência é a entrevistada desta semana no programa Grande Entrevista na RTP.

"Capacidade de dialogar à Esquerda é o que fica para esta legislatura"
Notícias ao Minuto

23:55 - 06/11/19 por Notícias Ao Minuto

Política Mariana Vieira da Silva

Mariana Vieira da Silva, considerada o 'braço-direito' de António Costa na última legislatura, deixou claro que a visão dos socialistas para este novo Executivo é muito simples: "É um Governo que se orienta da mesma forma", começou por reforçar a ministra de Estado e da Presidência numa grande entrevista, conduzida pelo jornalista Víctor Gonçalves, esta quarta-feira, na RTP

Mariana Vieira da Silva voltou a sublinhar que das legislativas o PS pode retirar duas conclusões: que o partido saiu reforçado e que deve dar continuidade quanto às políticas. "É isso que faremos, que não é muito distinto daquilo que aconteceu nos últimos quatro anos", garantiu a responsável.

A ministra recordou que "há quatro anos foram assinadas posições conjuntas que foram cumpridas muito rapidamente e, ao fim dos dois primeiros anos, chegou-se a tematizar a ideia de que seria preciso um novo acordo". Contudo, "nos dois anos seguintes já não tínhamos as posições conjuntas e conseguimos continuar um diálogo permanente", apontou a ex-secretária de Estado adjunta do primeiro-ministro  

"Trabalho conjunto no Parlamento é esse o objectivo agora", sintetizou. 

Orientação principal para os quatro anos

Sobre o que esperar nesta legislatura, Mariana Vieira da Silva louvou as últimas conquistas, mas não negou que ainda há muito "caminho pela frente". É verdade que cumprimos totalmente o programa de viragem de página da austeridade, mas ainda temos um caminho pela frente".  

"O caminho de continuar a crescer, de criar mais e melhor emprego, de reduzir as desigualdades é um caminho sem fim. Há sempre mais coisas a fazer", disse. 

Ainda sobre as apostas do novo Governo,  apontou que as grandes áreas a trabalhar nos próximos quatro anos continuam a ser as mesmas que ficaram decididas no início da legislatura anterior: "Enfrentar as alterações climáticas, continuar a reduzir as desigualdades, enfrentar o desafio demográfico e aproveitar a transição digital como uma oportunidade para o nosso país". 

"Governo pisca-pisca"

Já questionada relativamente ao posicionamento do Governo, se irá optar por dialogar à Esquerda ou se será um "Governo pisca-pisca", Mariana Vieira da Silva reforçou que "o primeiro-ministro, na tomada de posse, e no discurso da apresentação do Programa de Governo, foi muito claro quanto a isso. A nossa orientação é para negociar à Esquerda e com o PAN, preferencialmente".

Para além disso, sustentou a ministra, "como fizemos na anterior legislatura, há matérias que obrigam a acordos mais alargados, em que um consenso pode ser fundamental". No entendimento da ministra de Estado e da Presidência, "o país ganha em muitas dimensões se o debate for alargado. O que não nos enganamos é relativamente à nossa posição, que é à Esquerda do Parlamento".

No que ao fim da Geringonça diz respeito, a governante começou por esclarecer que "não há nenhum partido que na noite eleitoral não tenha tirado as conclusões certas de olhar para o reforço que teve e não teve e para uma preferência maioritária dos portugueses à Esquerda". Recordou ainda que, "há quatro anos", o caminho a seguir passou pelas "posições conjuntas por exigência do [então] Presidente da República [Cavaco Silva]".

Mas o atual, desde cedo, "deixou claro que não faria esta exigência. Essas posições conjuntas foram importantíssimas porque derrubaram um murro, mas não foram fundamentais para os quatro anos de Governo. A capacidade de dialogar à Esquerda, depois das posições conjuntas, isso é o que verdadeiramente fica para esta legislatura".

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