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Livre, Chega e Iniciativa Liberal prontos para 'pôr mãos à obra'

Os três deputados únicos eleitos nas últimas legislativas pelo Livre, Chega e Iniciativa Liberal chegaram hoje ao parlamento, no seu primeiro dia enquanto eleitos, com grandes expectativas quanto à próxima legislatura e prontos para 'pôr mãos à obra'.

Livre, Chega e Iniciativa Liberal prontos para 'pôr mãos à obra'
Notícias ao Minuto

16:41 - 25/10/19 por Lusa

Política Parlamento

"Eu acho que temos uma legislatura particularmente importante, e mais grave do que as pessoas às vezes se dão conta", frisou à Lusa João Cotrim de Figueiredo, eleito pela Iniciativa Liberal, justificando que "há 20 ou 25 anos que Portugal praticamente não cresce e cria cada vez menos oportunidades para as pessoas que cá vivem", e assinalando que teme que "esta trajetória seja irreversível".

Por essa razão, o objetivo do partido ao longo da XIV legislatura é "voltar a introduzir ambição, inconformismo no país como um todo, desde logo nesta assembleia".

"Para mim, o essencial não é saber onde é que me vou sentar, onde é que vou tomar o café, é saber onde é que vamos poder trabalhar para detetar esses assuntos que podem depois fazer diferença para a vida das pessoas", vincou o eleito, assinalando que "a primeira coisa" que pediu à secretaria-geral da Assembleia da República foi que lhe fosse indicado o seu espaço de trabalho.

"Foi a primeira coisa que pedimos à secretaria-geral, que nos indicasse, logo depois da suspensão do plenário, onde é que eram os nossos gabinetes, para podermos começar a distribuir pessoas e começar a trabalhar desde já", sublinhou João Cotrim Figueiredo, notando que a Iniciativa Liberal é um partido que "não se pode dar ao luxo de ter profissionais nos seus gabinetes" a tempo inteiro, mas que, ainda assim, vai contar com quatro pessoas a dar apoio ao deputado único.

O parlamentar admitiu que já tinha estado no Palácio de São Bento "duas ou três vezes" em visita com os filhos, em audições e para uma conferência na Sala do Senado , mas "já há muitos anos".

"Isto significa que não é totalmente novo estar aqui, mas daí a conhecer os cantos à casa, vai uma distância grande", gracejou, apontando que ainda não se identifica na pele de deputado, mas que se sente bem no plenário porque tem a "sensação que ali se podem mudar coisas", algo a que dá "bastante importância".

Pelo Chega, o deputado único André Ventura disse à Lusa que chegou ao parlamento com "expectativa positiva, de estabelecer com os outros grupos parlamentares e com os outros deputados a base de uma relação cordial e do mínimo de respeito e de entendimento", uma forma de "quebrar a ideia que querem passar, de isolamento e de afastar o Chega".

"E o sinal que queremos dar é que estamos aqui para trabalhar. Não estamos aqui nem para fazer amigos, nem estamos aqui para nos entendermos melhor ou pior, estamos aqui para trabalhar. Esse é o nosso mandato, uns vão gostar, outros não vão gostar, mas as nossas propostas não vão deixar de ser feitas por causa disso", vincou.

Essas proposta, admite, são "mais ou menos controversas, mais ou menos fortes e assertivas", como a redução dos deputados, reformulação do sistema de justiça e o sistema fiscal, redução de impostos. Ainda assim, vai procurar entendimentos com outros partidos e tentar "trabalhar numa lógica de cooperação".

Ainda que os funcionários da Assembleia da República tenham sido "impecavelmente simpáticos, impecavelmente cordatos", Ventura denunciou que essa não foi a reação "que outros deputados tiveram e outros líderes políticos tiveram".

Exemplo disso, continuou, foi o episódio com o CDS, mal chegou à primeira sessão plenária, já esta tinha iniciado: "correu com alguma dificuldade porque, de facto, dos deputados do CDS não se levantaram logo quando eu cheguei [para poder ocupar o lugar no hemiciclo], mas é um episódio que eu não quero muito valorizar".

Mesmo assim, espera conseguir, no futuro, uma relação "cordata, leal, franca" com os restantes parlamentares.

Quanto ao gabinete que lhe foi atribuído, é no edifício novo do parlamento e "ainda é provisório". Também a equipa "não está ainda toda constituída".

"Nunca nos preocupou muito, honestamente, quantas pessoas e quem [vai estar no gabinete], agora é que vamos começar a pensar nisso com mais detalhe", precisou o deputado, assinalando que quer estar rodeado de um conjunto de pessoas "fortes e capazes em áreas técnicas importantes".

André Ventura revelou que se sente bem enquanto deputado da nação, e advogou que o cargo "tem de ser visto como uma missão", e não "como uma profissão".

Os deputados representantes dos três partidos que conseguiram representação parlamentar pela primeira vez optaram por não fazer o acolhimento durante a manhã do seu primeiro dia na Assembleia da República, e contaram com muita atenção por parte dos órgãos de comunicação social, tendo passando grande parte do tempo em entrevistas.

Joacine Katar Moreira, do Livre, afirmou à Lusa que a sua expectativa é que "esta legislatura seja uma legislatura inequivocamente de esquerda".

Apontando que foi "impecavelmente recebida" no seu primeiro dia enquanto parlamentar, Joacine teceu elogios ao gabinete que lhe foi atribuído.

"São ótimas, são ótimas instalações, o ambiente institucional tem ar de ser um ambiente acolhedor, e acho que há o ambiente útil para uma legislatura revolucionária", frisou, assinalando igualmente que se sente bem no papel de deputada.

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