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"Não sei se há algum país na Europa que tenha tantos ministérios"

Manuela Ferreira Leite comentou a composição do novo Governo apresentado esta terça-feira por António Costa.

"Não sei se há algum país na Europa que tenha tantos ministérios"

Manuela Ferreira Leite comentou, no habitual espaço semanal na TVI24, a composição do novo Governo esta terça-feira apresentado por António Costa ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Para a ex-líder do PSD, "é evidente que o ministro das Finanças não vai ficar [todo o tempo da legislatura] no Governo"

"Ficará aí até à nomeação do Governador do Banco de Portugal, porque se ele fosse o mesmo ministro das Finanças que saiu deste Governo que tem estado em funções havia um conjunto de coisas que ele não poderia permitir", considerou, ressalvando que "uma era a dimensão do Governo". 

Ferreira Leite continuou a sua análise, fazendo considerações sobre o tamanho do Executivo e a despesa que diz a isso estar associado: "Eu não sei se há algum país da Europa que tenha tantos ministérios quanto este. [...] Por cada Ministério que se cria - e criaram-se mais dois - e apenas a mudança de nome do Ministério implica uma elevadíssima despesa". Só este facto, acrescentou, "daria para eu dizer que o ministro das Finanças ou estaria distraído ou deveria dizer uma palavra em relação a esse ponto". 

Quanto ao novo Ministério da Coesão Territorial, a comentadora questionou "o que faz de diferente do do Planeamento que já existe". "Vão fazer o quê cada um? Não sabemos ainda". 

"Aquilo que eu espero é que não seja através de um enunciado de estrutura do Governo, através de vários ministérios cujo nome poderá sugerir que se vão resolver muitos problemas, que isso não se transforme num peso e em conflitos entre os diferentes ministérios", acrescentou. 

Outro dos ministérios novos é o da Modernização do Estado e da Administração Pública. Para a também ex-ministra, "o que quer que seja que inclua relacionado com a Administração Pública é a primeira vez que isso não é uma secretaria de Estado dependente do ministro das Finanças".

"Até à data o ministro das Finanças levou o controlo ao ponto de um hospital não ter a possibilidade de contratar um enfermeiro sem autorização dele. Exagerou mas fê-lo. E agora abria mão de toda a Administração Pública?", questiona a ex-líder do PSD, considerando que é mais um 'fator' que mostra que Centeno não cumprirá toda a legislatura.

Ainda sobre o novo Governo, disse não pensar que se trata de um cenário de quatro anos mas sim de um "um cenário de uma remodelação adiada". "Percebe-se que o primeiro-ministro vai estar maioritariamente ocupado com a Presidência da União Europeia no próximo ano e, portanto, deixa tudo o resto nas mãos dos diferentes ministros", salientando que "já fizemos várias presidências sem ter quatro ministros de Estado"

Na Saúde, criticou a manutenção de Marta Temido: "Não se mexe em nada naquilo que é o grande problema neste momento que é o setor da saúde", começou por afirmar, dando 'pontos negativos' ao facto de se "deixar ficar a mesma ministra, o mesmo nome, uma pessoa que não tem força política para se impor e, portanto, dá a sensação que, no que respeita a saúde, não há sequer uma solução à vista"

Ferreira Leite falou ainda dos Assuntos Parlamentares para referir que, "acabando a Geringonça e ficando um governo a governar em minoria vai ser fundamental - muito mais do que na legislatura anterior - a negociação com os partidos". Para tal, "põe-se um secretário de Estado quando, evidentemente, sendo esse um ponto fulcral da estabilidade de um Governo, tinha de ter o estatuto de um ministro [...] é outra bizarria", considerou.

"Vejo um aumento da despesa e, por outro lado, ministérios criados para dar a entender que se vão resolver os problemas. Como? Não se sabe. E aqueles que estão por resolver não se vão resolver, como é o caso da Saúde", disse, em sumário. A economia, por outro lado, terá mais atenção com "Siza Vieira como número dois do Governo"

Como ponto positivo, Manuela Ferreira Leite apontou o facto de "terem dividido as famílias no Governo". 

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