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"Na minha perspetiva, se Rio não continuar, o PSD esfrangalha-se"

Manuela Ferreira Leite comentou o resultado eleitoral no comentário habitual na TVI24.

"Na minha perspetiva, se Rio não continuar, o PSD esfrangalha-se"

Manuela Ferreira Leite, no habitual espaço de comentário na TVI24 - e naquele que foi o primeiro após as eleições legislativas - comentou o resultado eleitoral do PSDNa noite em que Luís Montenegro avançou com uma candidatura à liderança e em que disse que desejava que Rio também se candidatasse, a ex-líder do partido começou por referir que “a ideia de que só se analisa o ganhar ou perder [eleições] e não se analisa o contexto, eu acho que isso é bastante mau".

Para Ferreira Leite, o "PSD teve um belíssimo e um muito digno resultado de um grande significado" para o partido e “é pena que as pessoas não percebam isso”.

Porque, acrescenta, há “uma coisa” que não ficou ultrapassada: “Nós agora quando fomos às legislativas fomos sem autárquicas connosco, que é um elemento fundamental para haver uma certa dinâmica nas legislativas consoante a autarquia é dos diferentes partidos - tem uma importância tremenda”.

PSD, considera, foi então a estas eleições "sem ter base autárquica" e com uma "cisão", referindo-se neste último ponto a Pedro Santana Lopes. "Fomos nestas circunstâncias absolutamente difíceis. [...] É um resultado bom porque vem num crescendo e o aspeto mais significativo para a leitura dos resultados do PSD é que na faixa etária dos reformados perdemos tudo. Não podemos comparar o PSD de hoje com o PSD de há 15 anos”, considerou ainda.

Não comentando as palavras de Cavaco Silva - que se mostrou triste com o resultado do PSD nas legislativas - Ferreira Leite referiu que não vê "no horizonte ninguém capaz de ter feito o que fez Rui Rio com um aspeto que é muito difícil de adquirir" que é ter-se "apresentado com uma credibilidade aos olhos dos portugueses que olham para ele como um perfil possível de ser primeiro-ministro", dizendo ainda que o atual líder "recentrou o partido".

A ex-ministra sublinhou ainda que o PSD ganhou eleitores na faixa etária dos 31 a 40 anos e nas pessoas com qualificações. Questionada sobre se Rui Rio deve continuar na liderança do partido, foi perentória: "Na minha perspetiva, se não o fizer, o PSD esfrangalha-se porque isto que ele conseguiu não vejo quem vai poder consegui-lo.”

A ex-líder do PSD traçou ainda um perfil. “Aquele sujeito que está permanentemente em oposição só porque vem a proposta do PS, não dá grandes resultados. Vemos o que aconteceu ao CDS”, garantiu, dizendo que outro dos aspetos “também benéficos de Rui Rio é que não é esse estilo”. “Ele fala quando tem de falar - se não falar oito dias, não fala - e se precisar de dizer que uma coisa que vem do opositor é boa para o país, ele diz 'sim senhora, é boa'".

"Se eu tivesse de lhe dar um conselho dir-lhe-ia que ele pode ir embora se for essa a sua decisão, mas que deixa por muito tempo o partido esfrangalhado. Não ficamos contentes com o resultado destas eleições mas iríamos para muito pior se ele não tomasse conta do partido”, continuou Ferreira Leite numa ‘defesa’ de Rio.

Para a também ex-ministra, o PSD não está fragilizado: “António Costa não quer nem pensar que lá fica Rui Rio. Porque vai tê-lo nos debates quinzenais na Assembleia da República”.

Estes quatro anos da legislatura que agora terminam “não vão ser repetíveis” uma vez que nos próximos “já não podem invocar os anos da troika”. Nestes, considera, o primeiro-ministro “vai ter de gerir a herança que ele próprio criou, a obra dele. Isso vai ser muito difícil, por isso é que eu digo que isto só é possível sem este ministro das Finanças.”

Em conclusão, Ferreira Leite ressalva que nas legislativas “foi impedida a maioria absoluta do PS”, considerando que foi o PSD que o conseguiu: “Não foi com certeza o CDS”.

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