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Debate a 15 teve Tancos, apelo ao não voto no PS e... abraço a Santana

O debate desta segunda-feira reúne os líderes dos partidos sem assento parlamentar que concorrem a, pelo menos, um lugar na Assembleia da República.

Debate a 15 teve Tancos, apelo ao não voto no PS e... abraço a Santana
Notícias ao Minuto

23:52 - 30/09/19 por Patrícia Martins Carvalho

Política Eleições Legislativas

Depois dos debates com os líderes dos partidos que já têm assento parlamentar, chegou a vez de ouvir as propostas daqueles que tentam garantir, pelo menos, um lugar no hemiciclo português.

Votaria a favor de uma comissão permanente da Assembleia da República extraordinária, a menos de uma semana das eleições, para discutir Tancos?

Mendo Henriques (Nós, Cidadãos!): Não devia haver porque a campanha serve para alertar os portugueses da precariedade que sofrem e das respostas que a podem mitigar. Pese embora a gravidade que tem o caso de Tancos, pensamos que o espaço próprio para tratar o tema é nos tribunais e não na campanha.

Amândio Madaleno (Partido Trabalhista Português): Votava favoravelmente para exigir do primeiro-ministro uma responsabilidade política. Não faz sentido o ministro saber e o primeiro-ministro dizer que ignora.

André Ventura (Chega): Haveria, porque apesar de estarmos em campanha o que tivemos até agora foi o sistema inteiro a dizerem que a acusação já está feita e não vamos dizer nada, um Presidente da República que fala sobre tudo e sobre isto disse que não ia falar mais. Não temos outra solução para apurar o que se passou, porque vemos os responsáveis políticos escudarem-se na questão judicial. Isto mostra como o sistema está a funcionar: corrompido por dentro.

António Marinho e Pinto (Partido Democrático Republicano): Também votaria favoravelmente. É um problema grave que tem duas dimensões: jurídica e penal, mas também política. Nenhum estado genuinamente democrático no mundo abdicaria de fazer um debate político sobre as responsabilidades, ou não, do primeiro-ministro e até do Presidente da República. Queremos saber se o primeiro-ministro autorizou o ministro da Defesa a atuar como atuou, se atuou como atuou. Porque é que o Ministério Público pôs esta acusação em plena campanha eleitoral? Isto também é político. A agenda política oculta do MP tem que ser discutida.

Carlos Guimarães Pinto (Iniciativa Liberal): Diria que sim, até porque é um assunto com importância política. Estamos numa campanha que não temos há muitos anos, em que já se conformaram todos que António Costa será o próximo primeiro-ministro e grande parte dos partidos está a posicionar-se mais para ser a futura 'noiva' de António Costa, desde Rui Rio até ao PAN, do que ser oposição.

Fernando Loureiro (Partido Unidos dos Reformados e Pensionistas): É uma palhaçada. Deixávamos passar as eleições, estamos todos cansados. Vamos aguardar com serenidade. Mas há muitas culpas.

Filipe Sousa (Juntos pelo Povo): Votaria não. Os portugueses querem saber de nós sobre os que o aflige. Tancos e outros temas não podem entrar no âmbito desta discussão em campanha eleitoral.

Gil Garcia (Movimento Alternativa Socialista): É óbvio que tem de ser investigado. Votaria a favor porque é suficientemente grave para que o Estado tenha que responder perante o país o que se passou.

Gonçalo da Câmara Pereira (Partido Popular Monárquico): Eu tenho uma opinião completamente diferente, porque acho que esta comissão permanente não faz mais do que todo o processo inicial que foi denegrir as Forças Armadas, uma instituição que tem de ser acarinhada e protegida.

Joaciane Katar Moreira (Livre): Votaria negativamente. Porque ou há confiança nas nossas instituições ou não há. Não se pode defender algumas instituições relativamente em algumas áreas e a seguir achar que estas são insuficientes e incapazes de atuar noutras áreas.

José Pinto Coelho (Partido Nacional Renovador): Relativamente a este caso de Tancos que é mais uma das porcalhotices da nossa classe política o que tenho a dizer é que não tenho muito interesse em andar a chafurdar nesses crimes onde todos se encobrem. Eu não confio nada nestas comissões permanentes da Assembleia da República, são sempre os mesmos deputados afeudados ao sistema. É um assunto de tribunal, essa gente devia ser toda presa, confiscados os seus bens e nunca mais deveriam poder voltar a pôr o pé em cargos públicos.

Manuel Ramos (Movimento do Partido da Terra): Votaria sim, sem dúvida, porque este problema de Tancos é preocupante e desconcertante.

Maria Cidália Guerreiro (PCTP/MRPP): É uma situação que põe em causa a segurança do país. Logo no primeiro dia propusemos que o ministro da Defesa fosse demitido. Deveria haver comissão permanente.

Pedro Santana Lopes (Aliança): Eu distingo duas situações: obviamente o assunto é gravíssimo, a partir do momento que alguém requeira um debate parlamentar esse pedido deve ser atendido nomeadamente por quem diz que não deve. Se for antes das eleições, o Parlamento tem essa legitimidade. Para reunir depois, o Parlamento já não tem legitimidade e aí votaria contra.

Vitorino Silva (Rir, Reagir, Reciclar): Não podemos viver num país onde desaparecem coisas. Eu fui soldado e tinha que informar os meus superiores. 

Porque não conseguimos estar com todos, convido os candidatos a dizerem qual foi a sua ação de campanha de ontem, domingo.

Amândio Madaleno (Partido Trabalhista Português): Ontem foi boicote. Não compareci no local aprazado, na Feira do Relógio. Foi intencional para demonstrar que a migalha não chega. Tinha que haver um acompanhamento mais sério. Não há igualdade de acompanhamento entre os partidos. 

Joacine Katar Monteiro (Livre): Ontem, começámos por uma distribuição de folhetos e às 15h estivemos numa importante manifestação na Avenida da Liberdade, mas uma manifestação pelo direito à habitação e contra a especulação imobiliária e os depejos que infelizmente têm sucedido.E realizámos uma pedalada para alertarmos para a necessidade de combater a emergência climática, responsabilizando os executivos e instituições, mas a mesmo tempo incentivando a uma responsabilização individual.

Gonçalo da Câmara Pereira (PPM): Fui à missa, estive com a família, que é a minha primeira preocupação. Fiz 45 anos de casado, foi a minha campanha eleitoral convencer a família (risos)

José Pinto Coelho (PNR): Mais uma pergunta de trivialidades. Ontem eu não fiz campanha, mas o meu partido tem gente em vários locais está em constante campanha. 

Gil Garcia (MAS): Estivemos em Setúbal contra as dragagens no Sado, no terceiro dia de combate às alterações climáticas.

Manuel Ramos (MPT): Estivemos em Leiria numa caminhada com cães e pessoas.Eu não estive, porque estive a preparar este debate. 

Filipe Sousa (JPP): Logo de manhã estive em Santa Cruz (Madeira) a falar daquilo que é o motor da economia madeirense, mas a campanha não se faz só em altura de campanha. Depois fui a uma freguesia serrana e à tarde a preparar o debate.

Maria Cidália Guerreiro (PCTP/MRPP): Foi um dia dedicado à habitação no Bairro da Boavista que tem muitos anos e casas muito degradadas. 

Fernando Loureiro (PURP): Na Feira do Relógio com acompanhamento de um charter de chineses porque nós, mais velhos, realmente estamos sempre disponíveis para essas coisas.

Mendo Henriques (Nós, Cidadãos!): Estive na Quinta das Conchas e depois no Jardim da Parada. Outras equipas nossas estiveram noutros locais.

Carlos Guimarães Pinto (Iniciativa Liberal): Ontem fizemos uma pausa para preparar o debate. No sábado estivemos no Jardim da Estrela onde falamos das nossas causas - redução da carga fiscal, liberdade de escolha, diminuição de burocracia. Foi o nosso maior evento de sempre.

Pedro Santana Lopes (Aliança): Ontem fui logo de manhã para o Cercal, no Alentejo, visitar a herdade de um agricultor que é criador de gado para conversar e avaliar as consequências de declarações que têm sido feitas por altos responsáveis sobre aquilo que devemos comer ou não. Depois fui a Ferreira do Alentejo, depois em Serpa para um almoço com caçadores, depois vim para a Quinta das Conchas falar de como o Estado também deve pagar juros quando se atrasa. 

António Marinho e Pinto (PDR): Ontem realizámos dezenas de ações de campanha em todo o país. Eu estive na Feira dos Produtores Agrícolas em Faro que vendem os seus próprios produtos. Fui lá dar-lhes o meu apoio e defender reformas dignas para essas pessoas. E fui também dizer-lhes que se houver algum agricultor digno desse nome não votará no PS depois de o primeiro-ministro dizer que nos jantares oficiais só comerá peixe e não carne. Não votem no PS porque o PS é o partido oportunista destas eleições.

Vitorino Silva (RIR): De manhã fui a Gaia onde estive em contacto com guias turísticos, depois fui para Castelo de Paiva e Penafiel. Fui tentar perceber porque se gasta dinheiro em projetos que depois são rasgados. O IC35 não está feito, uma obra que começou há 35 anos - é IC35 porque está em projeto há 35 anos. Fui a uma Feira de Produtos Biológicos, fui à Festa das Vindimas em Arouca.

André Ventura (Chega): É irónico que se vá fazer campanha contra os subsídios na Feira do Relógio. O Chega estaria no Hospital em Vila Real onde as consultas têm um prazo médio de atendimento de 1600 dias para algumas especialidades, mas eu decidi suspender - a distrital fez - por respeito e homenagem a mais um polícia brutalmente. A nível nacional suspendemos para que um polícia me pudesse dar a pulseira do Movimento Zero. Custa-me muito que os partidos - IL, Livre e ALiança - não dizem nada sobre os polícias e custa-me muito porque são partidos que amanhã poderão ter assento parlamentar e os polícias vão continuar a ser os maus da fita.

Mendo Henriques (Nós, Cidadãos!): Tínhamos um agente da PSP candidato por Aveiro,  mas o juiz considerou-o de uma força militarizada, o que é errado. Mas o que é certo é que o Tribunal Constitucional não se quis pronunciar e nós vamos levar este caso ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, até porque há polícias em outros partidos.

Se fosse eleito primeiro-ministro qual era o problema que tratava em primeiro lugar?

Gonçalo da Câmara Pereira (PPM): Tratava da democracia. A CRP proíbe o referendo à forma de Governo, obriga a forma de governo a ser republicana e logo aí a democracia não funciona. Fazer uma constituição que fosse altamente democrática. Mudar também o Tribunal Constitucional - que é tribunal político - dentro do Supremo Tribunal e serem nomeados os juízes do TC por pares. Porque assim é que a democracia funciona em pleno. E mudar também a representação parlamentar, Portalegre é dos maiores distritos do país e só tem dois deputados. Há desertificação porque as pessoas do interior emigram porque não se sentem representados. O Governo central a produzir eucaliptos e pinheiros que são espécies que mais criam desertificaçao e esgotamento dos solos.

Manuel Ramos (MPT): O principal problema é o desperdício. Fazemos uma campanha 0: campanha a custo 0. Não temos 1500 euros para cartazes, não somos força que não faz cartazes mas distribui brindes. O que é distribuído provoca poluição. Quero falar também na questão do aeroporto que foi uma venda da nossa soberania aérea por 3 mil milhões no tempo do dr. Passos Coelho e que este governo poderia ter revertido e não fez. Somos contra aeroporto no Montijo porque as associações ambientalistas são contra. Há duas alternativas muito melhores que já estão feitas: aeroporto de Beja e alargar a pista de Monte Real n.º5.

Filipe Sousa (JPP): Não tenho essa ambição. O grande mal deste país é termos governantes de todos os quadrantes e a verdade é que as finanças estão no estado em que estão. Estamos 121% acima do PIB. A nossa prioridade é trabalhar na despesa. Temos uma máquina do Estado muito pesada. Porque é que não são os eleitores a decidir o número de ministérios? Eu sou presidente de câmara há seis anos e não tenho motorista por opção própria.

Joacine Katar Moreira (Livre): Não é necessário estarmos no Executivo para identificarmos o que é útil e urgente e fundamental. Eu referia imediatamente a necessidade de aumentarmos o salário mínimo nacional para 900 euros e não seria imediato e num único ano. Embora se houvesse vontade política não ia ser minimamente complicado.Houve aumento do SMN num único ano em Espanha e França. Num Executivo de Esquerda suportado por outros partidos de Esquerda houve um aumento do SMN nos seus 20 euros.

Amândio Madaleno (Partido Trabalhista Português): Aumentar o salário mínimo para mil euros. É matéria de natureza executiva que não deve ser relegada para a concertação social; a extinção imediata das penhoras sobre as habitações - é um escândalo porque o senhor António Costa tinha prometido, mas esqueceu-se dos bancos; eliminação imediata das subvenções políticas; reforma a partir dos 60 anos sem penalizações

Maria Cidália Guerreiro (PCTP/MRPP): O não pagamento da dívida e depois assentar uma política diferente desta política de direita que é garantir a segurança e bem-estar das populações: saúde, habitação e trabalho. Relativamente à saúde seria não implementar a lei de bases que foi aprovada, seria garantir as condições de trabalho e equipamento hospitalar que impedisse os tempos de espera. Em relação à habitação seria revogar a lei de rendas e dos despejos, a municipalização dos solos e recuperação da habitação social. Em relação ao trabalho seria revogar o Código do Trabalho com as medidas da troika e ter regulamentação relacionada com trabalho suplementar.

Fernando Loureiro (PURP): Aprovar de imediato o estatuto do combatente porque há mais de 45 anos - é horrível ouvir-se isto - os sucessivos governos deste país humilharam todos esses homens que regressaram com problemas graves. Há cerca de 300 mil ex-combatentes que não se conseguiram reintegrar na sociedade, até hoje. Acabar de vez com as subvenções vitalícias. Isto é uma vergonha. 

José Pinto Coelho (PNR): Elencamos inúmeros problemas desde sistema político, combate à corrupção, e outros, mas a eleger um problema principal seria o apoio à família porque hoje é alvo de um ataque cerrado por todos os lados de múltiplas agendas. Defendemos a criação do Ministério da Família. Não é à escola que compete transmitir educação, não é a Estado e muito menos ao marxismo cultural. è aos pais e a família está a ser atacada. Falamos também de apoio à natalidade, aos idosos, à habitação. 

André Ventura (Chega): Duas reformas fundamentais: na saúde e no sistema político. Temos hospitais com tempo de espera de mil dias para uma consulta, faltam medicamentos. Eu estive com a ministra da Saúde num debate que teve o desplante de dizer que está tudo bem na saúde quando é evidente que não está, temos a maior carga fiscal de sempre e não temos uma saúde decente, porque andamos a sustentar quem não devíamos, e quando chega à saúde não o temos. A reforma do sistema político porque encaixa nisto também: temos defendido a redução de deputados mesmo que nos prejudique a nós. Estamos com 230 deputados, uns estão a jogar no Casino Online, outros a pintar unhas, nós a pagar, sempre a pagar, os portugueses só servem para pagar. As pensões vitalícias: Armando Vara foi condenado por roubar o Estado e estamos a pagar-lhe uma subvenção política. As subvenções vitalícias custam por ano ao Estado 7 milhões e existem desde 1985. Façam as contas. Como é que mantemos um sistema político corrupto e não temos dinheiro para a saúde dos portugueses.

Mendo Henriques (Nós, Cidadãos!): A questão genérica é como obter financiamentos para as reformas profundas que o Estado português necessita. Até prefiro fazer isso como deputado do que como primeiro-ministro. Onde é que vamos buscar dinheiro para as reformas necessárias? Estudando o problema, a tragédia das PPP rodoviárias. O Estado poderia recuperar muito dinheiro e financiar-se.

Gil Garcia (MAS): Se eu olhar só para o meu umbigo, dado que sou professor, começaria olhar para os professores a quem não foi devolvido o tempo de serviço; o SNS maltratado em relação ao desbloqueamento de carreiras e ver atacado o direito à greve; somos pela redução da idade de reforma. Mas se fôssemos escolher escolhíamos o problema de emergência climática. Não é demagogia é que a ONU declarou que Portugal é um dos países que será mais afetado. Aliás já está a ser: há praias que já desapareceram. Várias cidades podem ficar debaixo de água. O avanço da desertificação do país é gravíssima. Este assunto requer outro tipo de Esquerda. Precisamos de uma Esquerda mais exigente que coloque perante o próximo Governo a necessidade de resolver desde os problemas climáticos aos direitos de quem trabalha.

Santana Lopes (Aliança): A saúde. Custa-me que o Estado seja indiferente. Chamaria os partidos todos, estes e os outros, e dizer vamos mudar de vida em relação às pessoas que mais sofrem. O que faz impressão é como é que há tantos seres humanos neste país que não reagem perante a realidade de haver pessoas que precisam de uma operação e dizem para voltar dali a dois anos. Só damos valor quando passamos por 'elas'. Só os que têm mais dinheiro é que podem ter um seguro de saúde e se o SNS não responde vão ao privado. Segundo ponto: a questão dos medicamentos nas farmácias. É inaceitável a indiferença das pessoas quando não há medicamentos nas prateleiras. Isto não é o Burundi. Terceiro: como é que há 100% do salário - e bem - para quem tem gravidez de risco e não há para quem tem doenças oncológicas? Recebem 55 a 75% do salário bruto. Cuidados continuados: faltam muitas camas. Não pode haver um estado com jovens que vão para fora porque não têm dinheiro cá ao preço que está um quarto nas cidades. Há uma proposta do CDS que é boa: quando uma consulta não pode receber um doente a tempo, o Estado deve passar a credencial para ir ao privado ao terceiro setor. O que não pode ficar é a saúde por tratar.

Carlos Guimarães Pinto (Aliança): O crescimento económico. Estamos há 20 anos sem crescer, significa que houve uma geração inteira que entrou no mercado de trabalho, teve filhos sem saber o que é o salário a crescer. Uma geração que não sabe o que é subir na vida através do seu trabalho. Isto não pode acontecer à próxima geração que vai entrar no mercado de trabalho. Isto aconteceu por várias razões: não somos fiscalmente competitivos - taxas de IRS muito altas, propomos taxa única de IRS. Temos que conseguir subir na vida por meio do trabalho.

Vitorino Silva (RIR): Não gostava de ser primeiro-ministro de um país onde há reformas de 170 euros. Tem que haver reformas mínimas e máximas. Não gostava de ser primeiro-ministro de um país onde os jovens tiram um curso e não têm emprego. Não gostava de ser primeiro-ministro de um país onde há um hospital - Padre Américo - não tem o equipamento para uma ressonância magnética. Vou lutar por isto. 

Marinho e Pinto (PDR):  A pobreza. É inadmissível que com o progresso económico, científico, social, cultural, a pobreza esteja a aumentar. É um estigma cravado no orgulho português. A primeira grande medida é o estabelecimento de um programa nacional de combate à pobreza. Dois pilares: um é o que disse o dr. Santana Lopes, tem que haver investimento no SNS; outro é na habitação: o estado tem que investir e criar habitação para que as cidades voltem a ser ocupadas por pessoas e não por serviços. E a criação do Ministério das Comunidades - os nossos emigrantes contribuem imenso para o país. Uma última medida: a criação de uma ideia política para o debate político que é um ordenado digno que permita a certas pessoas de certas profissões exercer com dignidade, a começar pelos jornalistas. 

Duas medidas que são informadoras da lógica do seu partido e da sua visão para Portugal

Francisco Loureiro (PURP): As nossas ideologias são as causas. Temos quatro pontos essenciais: os ex-combatentes, maior investimento na Saúde porque os utentes estão um ano à espera de uma cirurgia; e a questão da segurança social. Alguém neste país consegue viver com 200 e 300 euros de reforma e depois vem o senhor Costa dizer que devolvemos rendimentos às pessoas. Quais rendimentos? 33 cêntimos por dia? Isso é atirar areia para os olhos das pessoas.

Maria Cidália Guerreiro (PCTP/MRPP): Aquilo que não queremos é um governo igual ao que tivemos nestes quatro anos que viveu apenas para o défice e para o pagamento de juros de dívida; que deixa andar a corrupção sem tomar medidas. Não é através das eleições que vamos resolver a maior parte dos problemas. O que tem de ser mudado é o sistema - um sistema que esgotou a natureza e os recursos humanos. Tem que ser substituído por um modo de produção comunista. 

Manuel Ramos (MPT): O principal problema é o desperdício e nesta lógica quero falar da corrupção porque rouba a vida das pessoas, rouba à sociedade 18 mil milhões de euros que é o equivalente a 8% do PIB, é mais ou menos o que se gasta no SNS. Entendemos que temos de fazer combate forte à corrupção seja nas escolas, criando gabinetes dos cidadãos. Além disso também a questão da saúde que é muito importante: 10% do montante do orçamento geral do Estado devia ser afetado às questões da sáude. E do montante gasto em saúde, 6% devia ser alocado para fazer teste de despistagem de doenças para a prevenção primária. Quero também falar do paradoxo: como é que há mais médicos e as listas de espera aumentam?

Gonçalo da Câmara Pereira (PPM): Dá-nos muito prazer ao fim de 45 anos somos um partido vencedor porque conseguimos passar as nossas ideias. Estão aqui 15 partidos e todos ficaram com as nossas ideias, é a nossa vitória: ter posto todos os partidos a falar da ecologia. 

Joacine Katar Moreira (Livre): De facto hoje em dia todos os partidos são ambientalistas e ecologistas, mas a ironia é que só agora é que se estão a manifestar. Se não fossem os estudantes universitários a sair à onda e manifestarem-se acho que esta onda ambientalista seria muito baixinha. Mas foi em 2014 que o Livre se oficializou e falou na necessidade de haver um novo pacto verde e da importância de nós combatermos as alterações climáticas. Somos conhecidos por sermos um partido - não só aqui, mas na Europa - como um partido ecologista, europeísta e equalitário. Nas legislativas os nosso objetivos estão centrados em duas áreas fundamentais: justiça social e justiça climática. Referir um elemento fundamental que é para a justiça social: alteração imediata da legislação da nacionalidade para que qualquer pessoa que nasça em território nacional tenha nacionalidade imediata.

Santana Lopes (Aliança): Já se falou na importância do apoio à família. A estabilidade da colocação de professores: defendemos que essa colocação tenha períodos mais alargados para potenciar a estabilidade. Cada vez que haja aumento do SMN, deve ser feito sempre acautelado a variação nas reformas. Coesão territorial, combate à desertificação - deslocalização de ministérios e dos serviços deles dependentes. O Ministério da Educação ficava bem em Vila Real, o da Economia no Porto, o da Saúde em Coimbra e da Agricultura numa das capitais do Alentejo. Portugal aqui precisa de um virar de página. Corrupção: quem seja condenado, mesmo que cumpra a pena, deve ficar inibido de voltar a exercer cargos em representação dos concidadãos. Ambiente: florestação de 25 milhões árvores. Pano de fundo para tudo isto: crescimento económico, redução do IRC

Amândio Madaleno (PTP): Temos um símbolo que representa dois golfinhos à volta do povo a proteger dos tubarões. Defender os mais desprotegidos como é o caso das pessoas que residem nos bairros sociais, das pessoas que têm cancro e têm de suportar encargos com a doença, como é o caso dos idosos. Somos o único partido trabalhista em Portugal, nós é que somos dono da rosa que representa esperança, luta constante, progredir na defesa dos trabalhadores: defendemos aumento do SMN, aumento das indemnizações por acidentes de trabalho e reintegração imediata dos recibos verdes.

José Pinto Coelho (PNR): O Estado nacional e social. Nacional significa que defendemos a nossa soberania, impediremos a regionalização, tudo que dê cabo da coesão nacional. Mas sobretudo a nível de nação defender sem negociações a nossa matriz judaico-cristã e por isso temos que mudar a lei da nacionalidade - só é português quem é filho de português e não quem nasce cá, restringir leis de imigração e depois temos a vertente da justiça social que é impedir os mais desfavorecidos, impediro abusos e para isso é preciso mudar a CRP. Esta CRP é uma camisa de forças. Queremos uma CRP que esteja liberta dos vícios socialistas tóxicos e demagógicos e do liberalismo desumano. Respeitar a iniciativa privada.

Carlos Guimarães Pinto (IL): Liberdade de escolha: algo tão óbvio como poder escolher o hospital onde é tratado, escolher o professor do seu filho. Já que pagam tantos impostos devem ter liberdade de escolher. Para isto temos duas medidas: uma é o alargamento de saúdes públicos do género da ADSE a todos os portugueses e também na educação, que em vez de estarmos a financiar diretamente as escolas financiarmos os alunos. 

Mendo Henriques (Nós, Cidadãos!): Em termos de justiça achamos que deve haver diminuição radical dos custos judiciais para os privados, achamos que deve ser ponderada a introdução do sistema de delação premiada e ainda o PGR deveria ser eleito pelos seus pares e não nomeado pelo Governo. Os chamados famílias startups: os jovens que estão a constituir família devem ser apoiados ao ter o primeiro filho; falou-se já aqui das alterações climáticas: deve haver um plano nacional de centrais de dessanilização.

Gil Garcia (Movimento Alternativa Socialista):  É fundamental parar de fazer demagogia em relação aos problemas. Os diversos governos pagam 7 mil milhões de euros da dívida, mais mil milhões para as PPP e ainda pagam para recuperar a banca privada outros mil milhões. Só aqui estão 9 mil milhões, depois não há dinheiro para a saúde. Não é possível aumentar pensões, desbloquear carreiras, colocar mais médicos no SNS e aumentar pensões sem aumentar as verbas para o orçamento geral do Estado.

Vitorino Silva (RIR): Não me importo de ser o político que vou fazer o sermão às árvores. O homem é apenas uma espécie, tem que se humildar, pensa que é o dono disto tudo, mas não é. Se temos um portal para pagar o IRS porque não temos um portal para pagarmos?

André Ventura (Chega): Queremos acabar com o IMI, é o imposto mais estúpido do mundo e injusto. Nós pagamos imposto quando compramos casa, quando vendemos e ainda pagamos por ter a casa. Penaliza milhares de famílias e milhões de portugueses. Estive esta semana na casa onde uma freira foi violada e assassinada por um homem que já tinha cometido duas vezes o mesmo crime e saiu em liberdade condicional. Das duas uma: ou mantemos estes tipos na prisão o resto da vida ou não estamos a fazer nada. É o mesmo que estarmos a brincar à justiça: em Espanha o tesoureiro do PP já foi julgado, condenado e está na prisão. Nós temos o engenheiro José Sócrates a passear na Ericeira de fato de treino.

Filipe Sousa (JPP): O grande mal do país tem a ver com economia e finanças. Vivemos acima das possibilidades e surgem problemas na saúde e na solidariedade social. Não consigo olhar para os nossos governantes e dormir descansado sabendo que há pessoas a morrerem à espera de uma consulta, de uma cirurgia.

Marinho e Pinto (PDR): Uma reforma política que liberte a sociedade civil da tutela dos partidos políticos. Os partidos controlam tudo em Portugal: nomeiam os membros do Tribunal Constitucional, a Comissão Nacional de Eleições... controlam absolutamente tudo. Se os partidos são necessários à democracia, não esgotam a democracia. Há uma dimensão da cidadania que pode ser feita fora da tutela dos partidos. Libertar a comunicação social do cartel dos partidos dominantes, libertar os sindicatos dos partidos políticos.

Se for eleito tem disponibilidade para viabilizar alguma solução governativa? Com PSD ou com PS?

Amândio Madaleno (PTP): É uma pergunta difícil. O PS não tem dado bons resultados. A escolha entre o PSD e o PS viabilizaria mais uma solução do PSD

Vitorino Silva (RIR): Somos um partido de 360º. O nosso país nunca vai ficar sem um governo. 

André Ventura (Chega): Não aceitaremos, apesar de termos ouvido a líder do CDS e o líder do PSD dizerem que nunca farão nenhuma espécie de coligação comigo. Até aceitaríamos fazer parte de uma qualquer solução com duas condições: a reforma da justiça e do sistema político. 

Pedro Santana Lopes (Aliança): Não consigo responder a essa pergunta sem conhecer programas, mas de qualquer maneira à Esquerda não. 

Marinho e Pinto (PDR): Tudo depende do programa do governo. Pode ser com um desses partidos. 

Mendo Henriques (Nós, Cidadãos!): As bandeiras estão cruzadas. Antes de pensarmos nos dirigentes, o Nós, Cidadãos! está disponivel a apoiar uma solução governativa à esquerda ou direita mas com uma reserva: votaremos sempre segundo as nossas causas.

Carlos Guimarães Pinto (IL): Do PS, definitivamente não. É um caso claro de ocupação da administração pública. O atual PSD do Rui Rio é demasiado próximo do PS, se se transformasse num partido mais liberal e reformista, consideraríamos isso, atualmente nenhum dos dois.

Maria Cidália Guerreiro (PCTP/MRPP): Não faremos nunca compromissos, acordos, jogos de poder com nenhum dos dois.

Fernando Loureiro (PURP): Seguramente com o Chega não. Desde que esteja dentro daquilo que são as nossas causas viabiliza-se tanto PS como PSD.

Manuel Ramos (MPT): Se houver um problema de governabilidade de certeza que não vai ser por causa do MPT que ele não se resolverá. Mas teremos que ver em função dos programas. Mas parece-me um pouco difícil fazer qualquer acordo com o PS. Q

Filipe Sousa (JPP): Através de acordos sim, mas nunca com os partidos de Direita.

Joacine Katar Moreira (Livre): Há uns anos éramos os defensores da necessidade de uma convergência e isto para evitar que houvesse um colapso absoluto. É impossível uma convergência com o PSD. Se for mesmo necessário haverá a hipótese de negociarmos.

José Pinto Coelho (PNR): O PNR quer combater todos os privilégios escandalosos dos políticos, combater a corrupção, a ideologia de género, por isso como é que podemos viabilizar partidos que promovem barrigas de aluguer, aborto, eutanásia, que estejam pejados de maçons, que são corruptos. É impossível. Nunca. Nem um, nem outro.

Gonçalo da Câmara Pereira (PPM): Sou a favor da estabilidade política. E aproveito para dar um abraço a Santana Lopes que foi o político mais injustiçado neste país. O país tinha um governo e o Presidente da República de então deitou abaixo o governo. Como monárquico não republicano com certeza que viabilizava a estabilidade do país.

Gil Garcia (MAS) : Não viabilizaríamos nenhum governo de direita, até porque os governos de Direita contribuíram para as desgraças que existem hoje no país, mas também é necessário renovar a Esquerda que está na Assembleia da República. Em relação a um governo de esquerda colocaríamos condições para o viabilizar.

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