Nobre Guedes já não discursava numa iniciativa do CDS, de que foi vice-presidente com Paulo Portas, há dez anos e hoje foi um dos convidados da líder, Assunção Cristas, num jantar-comício em Albergaria-a-Velha, distrito de Aveiro, em que considerou que o partido "está a um passo" de atingir um dos seus objetivos, "voltar a ser o terceiro partido nacional".
O discurso, porém, tal como o de Cristas, foi muito centrado no processo de Tancos, que levou à acusação do ex-ministro da Defesa Nacional Azeredo Lopes, e que, resumiu, "é o retrato de um regime muito enfraquecido, de um Estado fragilizado e de um poder efémero", o do PS.
Para o ex-ministro centrista, "Tancos representa o princípio de um conflito institucional que já é irreversível" e afirmou que "quem votar no CDS, nesse conflito institucional entre o PS e o Presidente da República", sabe que o partido "está incondicional e convictamente com o Presidente e não está com o PS".
"No dia 06 de outubro, o que temos de perguntar às pessoas é uma questão muito simples: se querem o Portugal de Tancos votem socialista, se querem um Portugal diferente de Tancos não votem socialista. Esta é a grande opção", disse.
O semanário Expresso noticiou, no sábado, que o Presidente da República se recusou a falar com o primeiro-ministro, António Costa, na semana passada, a meio da polémica em torno de Tancos.
Daqui a até ao fim da campanha, na sexta-feira, Assunção Cristas e o CDS têm pela frente "uma semana heroica em que se ganha todos os dias uma batalha" pelo apoio e pelo voto dos portugueses.