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Tancos? "É pouco credível que o primeiro-ministro não soubesse de nada"

Assunção Cristas atacou o primeiro-ministro numa entrevista à antena da RTP. A líder centrista defendeu que é "pouco credível e provável que o primeiro-ministro não soubesse" do alegado envolvimento de Azeredo Lopes no processo de Tancos.

Tancos? "É pouco credível que o primeiro-ministro não soubesse de nada"
Notícias ao Minuto

22:35 - 26/09/19 por Filipa Matias Pereira

Política Legislativas

Num dia em que a justiça e a política voltaram a estar de mãos dadas foi conhecida a acusação relativa ao assalto de Tancos, que implica inclusivamente o ex-ministro da Defesa, Azeredo Lopes. Assunção Cristas defendeu que "este é um caso grave que põe em causa a democracia", considerando ainda "pouco credível e provável que o primeiro-ministro não soubesse de nada".

A líder centrista referiu-se, em concreto, às novidades que fizeram o processo de Tancos voltar a estar na ordem do dia, nomeadamente uma alegada troca de mensagens entre o ex-ministro e o deputado Tiago Barbosa Ribeiro, em que Azeredo Lopes terá assumido que a Polícia Judiciária Militar (PJM) estava a "engendrar" o 'achamento' das armas, assim como que a "PJM estaria a trabalhar à revelia da investigação oficial da PJ".

A líder do CDS indicou ainda, em entrevista à antena da RTP, que já teve oportunidade de confrontar o primeiro-ministro em relação ao tema. Costa, revelou, "disse-me que não sabia, mas agora há dados novos. É importante que o primeiro-ministro diga afinal o que sabia ou não. Já o desafiei a falar sobre isso".

Já questionada relativamente à oportunidade temporal da acusação, a dias das legislativas, Cristas defendeu que, em quatro anos de legislatura, "aconteceram várias coisas e não estávamos em cima das eleições. Tivemos o caso 'Galpgate', o da Proteção Civil e o de Tancos. O que me espanta é como é que começamos a ter uma sucessão de casos e toda a gente acha normal". Ainda em relação ao tema, atacou a centrista: "Aparentemente à Esquerda todos estão mais ou menos calados e acham normal".

Quem igualmente viu o seu nome ser envolto no caso de Tancos foi o Presidente da República. Uma declaração de Vasco Brazão levantou dúvidas quanto a um possível envolvimento de Marcelo Rebelo de Sousa. Quanto a este tema, Cristas foi perentória: "Não acho aceitável que se venha falar do Presidente da República quando não se fala do primeiro-ministro, que é quem coordena o Governo".

Direcionando o foco do seu discurso para as legislativas, que se assinalam a 6 de outubro, refere a líder partidária que, depois de 2015, as regras do jogo mudaram. "Neste momento, o que é importante já não é votar em alguém que tem de ficar em primeiro lugar para poder ser primeiro-ministro, mas votar em quem acreditamos e saber qual o posicionamento político".

Cristas justifica as afirmações por estarmos "numa altura em que percebemos que os resultados para a governação vão fazer-se de alianças". O trabalho que o CDS tem vindo a desenvolver, vincou Cristas, "tem sido consistente", já que o partido quer "ser uma verdadeira parte de uma alternativa. O que queremos é mudar este Governo e trazer políticas para Portugal. O nosso objetivo é crescer o mais possível".

A líder centrista foi ainda mais longe e advogou que "a forma mais segura de chegar aos 116 deputados para quem quer uma verdadeira alternativa de Centro de Direita é votar no CDS. Não podemos desperdiçar votos. Ninguém pode ficar em casa".

Perante uma eventual maioria absoluta do PS, da qual Cristas duvida e espera que "não venha a acontecer", o CDS será "um reforço da Esquerda e aí podemos ter os 2/3 do Parlamento à Esquerda". E a justificação é simples: "2/3 do Parlamento superam qualquer veto presidencial, inclusive baseado em inconstitucionalidade. Objetivamente, a possibilidade que temos é de superar qualquer ação presidencial".

Relativamente às sondagens que têm sido divulgadas, Assunção Cristas defendeu que "a sondagem que conta para o CDS é a do dia 6. A minha maior batalha todos os dias é explicar às pessoas do Centro de Direita que vale a pena ir votar. Que mudar as coisas está nas suas mãos".

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