Perante um auditório cheio, Manuel Monteiro, que participava num debate no Porto sobre o futuro da Direita, defendeu que a Direita tem de se mobilizar para uma reforma do Estado, mas uma reforma do Estado que defenda "as regiões, sem a regionalização", potenciando-as sem recorrer à criação de governos ou parlamentos regionais.

"Como? Uma direita que se mobilize para uma verdadeira revisão constitucional que permita uma existência bicamaral com o mesmo número de deputados, em que há uma câmara das regiões com deputados eleitos pelos distritos em número igual independentemente do número de eleitores. Por exemplo, cinco deputados por cada distrito", concretizou

O antigo líder do CDS-PP e fundador do extinto partido Nova Democracia considera mesmo que este é um dos desafios que a Direita tem pela frente, salienta que esta é uma causa fundamental para a Direita, que "tem que perceber que a independência nacional pode estar em causa no dia em que o interior desaparecer".

À margem do debate, Manuel Monteiro disse à Lusa acreditar que a Direita tem futuro, considerando que a sua existência "é essencial" para a estabilidade e para a própria vitalidade da democracia.

"Um país coxo, com todo o respeito, acho que é um país desequilibrado e o país não pode ser desequilibrado do ponto de vista político", disse.

O ex-líder do CDS-PP acredita que a grande percentagem de indecisos ainda pode ter impacto nos resultados eleitorais da Direita, contudo, se isso não suceder, salientou "o mundo não acaba".

Questionado sobre a possibilidade de ser candidato à liderança do CDS-PP reiterou "que essa questão não se coloca".

Na iniciativa promovida pelo grupo informal "Domínio Público" marcaram ainda presença o historiador Jaime Nogueira Pinto, o presidente da Juventude Popular (JP), Francisco Rodrigues dos Santos e o presidente do partido Aliança, Pedro Santana Lopes.

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