"Todos nós sabemos que temos um operador portuário que não paga renda há 28 anos. Esta situação é insustentável, porque a região não pode estar entregue a um operador privado, sobretudo quando não existem contrapartidas para a região", afirmou à agência Lusa o candidato.

Esta posição do JPP surge na sequência de um encontro realizado ao final da manhã de hoje com o Sindicato dos Estivadores e da Atividade Logística no porto comercial do Caniçal, no concelho de Machico.

Segundo Élvio Sousa, os estivadores partilham da ideia de que "as atividades portuárias não devem estar concentradas apenas num grupo económico", uma vez que "isso é demasiado poder e impede o normal funcionamento da concorrência".

"Aquilo que nós defendemos, e que merece a aceitabilidade dos estivadores, é a regionalização, custe o que custar, da operação portuária", defendeu.

O candidato do JPP aproveitou também para lamentar o facto de o 'ferry' ter realizado hoje a sua última viagem entre a Madeira e Portimão, "uma consequência do atual modelo de gestão do porto".

"Foi o monopólio dos portos que expulsou o 'ferry' da Madeira. E esta situação do 'ferry' é fundamental porque traz competitividade à economia da região, mas não nos moldes atuais como estão a ser efetivados. Portanto, urge acabar com o monopólio dos portos", concluiu Élvio Sousa.

O JPP surpreendeu nas eleições legislativas da Madeira de 2015, ao eleger cinco deputados para o parlamento local, na sua estreia em sufrágios regionais.

As eleições legislativas regionais da Madeira decorrem no domingo, com 16 partidos e uma coligação a disputar os 47 lugares no parlamento regional.

PDR, CHEGA, PNR, BE, PS, PAN, Aliança, Partido da Terra-MPT, PCTP/MRPP, PPD/PSD, Iniciativa Liberal, PTP, PURP, CDS-PP, CDU (PCP/PEV), JPP e RIR são as 17 candidaturas validadas para estas eleições, com um círculo único.

Nas regionais de 2015, os sociais-democratas seguraram a maioria absoluta -- com que sempre governaram a Madeira - por um deputado, com 24 dos 47 parlamentares.