Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda, comentou esta terça-feira o debate entre António Costa e Rui Rui afirmando ter ficado “um pouco surpreendida” que no “debate, que teve o dobro do tempo de todos os outros”, não tenha sido “apresentada uma solução para as questões do trabalho”.
“Não vi nenhuma solução para respeitar os trabalhadores por turnos, ou quem tem trabalho noturno (mais de 700 mil pessoas em Portugal). Não vi nenhuma solução para combater a precariedade. Como é que nós temos dois em cada três jovens em Portugal a trabalhar com contrato precário e não é possível numa hora de debate ter-se ouvido uma única proposta sobre como combater a precariedade e respeitar quem trabalha?”, criticou a bloquista, à margem de uma visita a uma escola em Lisboa, onde foi aberta mais uma turma de pré-escolar.
Para Catarina Martins, esse facto mostra algo que é “evidente”: “Será sempre à Esquerda que se vão debater as soluções para quem trabalha e o respeito por quem trabalha”.
Questionada sobre o tempo de serviço dos professores, que o primeiro-ministro disse ser um assunto encerrado, a bloquista vincou que as carreiras, dos professores e outras, “têm d e ser respeitadas”.
“Eu repito, há professores, há enfermeiros, há técnicos superiores de diagnóstico, há vários casos em que as carreiras não foram respeitadas e nós não podemos dizer às pessoas que elas não trabalharam os anos que trabalharam, ou que não tiveram as avaliações que tiveram ou que não fizeram as formações que fizeram. As pessoas devem ser respeitadas”.
