Clima: "Para além dos chavões e até oportunismo, o que fica?"
O PCP no Parlamento Europeu criticou hoje a "superficialidade e oportunismo" do discurso político sobre ações climáticas na União Europeia (UE), lamentando as políticas "insustentáveis" adotadas, que levaram à "destruição ambiental".
© Global Imagens
Política João Ferreira
"A ação climática, como já antes o desenvolvimento sustentável, saltaram para o centro do discurso político, mas para além dos chavões, de alguma propaganda, de alguma superficialidade e até oportunismo com que, tantas vezes, estas questões são tratadas, o que fica? O que fica é, infelizmente, a insistência nas mesmas políticas que têm comprometido a possibilidade de um desenvolvimento assente numa relação sustentável entre o homem e a natureza", declarou o eurodeputado comunista João Ferreira.
Falando num debate sobre o clima na sessão plenária do Parlamento Europeu, que decorre até quinta-feira na cidade francesa de Estrasburgo, o eleito do PCP vincou que "alguns dos que fazem juras de empenho na ação climática, alguns dos que afirmam compromissos solenes com o desenvolvimento sustentável, são os mesmos que escancaram as portas às políticas que semeiam a destruição ambiental, económica e social".
Para o eurodeputado comunista, estão em causa medidas "assentes no livre comércio, políticas comerciais e agrícolas que promovem a deslocalização da produção, que destroem os sistemas produtivos mais débeis".
"Comecemos por aqui, por [criar] modelos de produção mais sustentáveis e paremos de tentar pintar de verde um sistema que é intrinsecamente insustentável", adiantou João Ferreira.
Outro eurodeputado português a intervir neste debate de preparação da cimeira de ação climática organizada pelas Nações Unidas - que se vai realizar na próxima semana em Nova Iorque, nos Estados Unidos -, foi o socialista Carlos Zorrinho.
"As alterações climáticas são o maior desafio com que a humanidade alguma vez foi confrontada. Fazemos parte de um desafio de mitigação, adaptação e proteção da biodiversidade", notou o eleito do PS.
Carlos Zorrinho assinalou que a cimeira organizada pelo secretário-geral das Nações Unidas, o português António Guterres, tem então o objetivo de "encorajar os chefes de Estado a aumentar a sua contribuição para a redução de emissões".
"Na UE fizemo-lo desde a primeira hora: somos a economia mundial que mais ambição tem demonstrado no combate às alterações climáticas, uma ambição reforçada pela nova comissão", considerou o eurodeputado socialista.
Ainda assim, Carlos Zorrinho admitiu que a UE pode agora "ir mais longe", desde logo sendo "rápida a concretizar" os compromissos para atingir a meta da descarbonização.
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