Eleições: Catarina Martins reitera que maiorias absolutas são "perigosas"
A coordenadora nacional do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, reiterou hoje que as maiorias absolutas são "perigosas" e "não puxam pelo país", numa ação da pré-campanha no Fundão, onde advertiu para o "despovoamento" do interior.
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Política Bloco de Esquerda
"Acho que é importante que a campanha não seja só sobre isso [maioria absoluta] porque depois perguntamos qual é o programa de Governo que queremos para o país? Porque é isso que temos de estar a discutir", afirmou.
Catarina Martins falava no Fundão, distrito de Castelo Branco, durante uma arruada de pré-campanha que teve lugar no mercado semanal local e onde foi questionada pelos jornalistas sobre a sondagem que foi divulgada hoje.
No estudo da Pitagórica para a TSF e para o JN, divulgado hoje, os socialistas alcançam 39,2% das intenções de voto, o PSD obtém 23,3%, e o BE continua com 10% de intenções de voto, a mesma percentagem que tinha em agosto, embora veja a distância para a CDU recuar.
Sobre estes indicadores, Catarina Martins começou por referir que não comenta sondagens e que "são as pessoas que decidem". Perante a insistência dos jornalistas, Catarina Martins acabou por responder à questão das maiorias absolutas, reiterando que estas são "perigosas", que não "puxam pelo país" e que, normalmente, defendem mais os interesses económicos do que as condições concretas.
Catarina Martins advertiu que não quer que a campanha se limite a esse assunto e que é preciso discutir questões como as "pensões, os salários, as condições de trabalho por turno e de trabalho noturno, as condições de investimento em todo o país, do serviços públicos e dos CTT".
"Se a campanha não for sobre isso então estaremos a fazer um mau serviço. As eleições são sobre escolhas e para fazermos escolhas temos de conhecer os programas", acrescentou.
Catarina Martins defendeu que é preciso uma "solidariedade nacional" para desenvolver o interior do país, propondo a reabertura de serviços públicos, um plano nacional de ferrovia que não se limite às mercadorias e que inclua o transporte de pessoas, a reforma da agricultura e da floresta, e o fim das portagens nas ex-Scuts [Portagens Sem Custos para o Utilizador].
"Se nós deixamos que o interior se continue a despovoar é mau para quem cá vive, mas é mau para toda a gente porque ninguém vive bem encaixotado com milhares de pessoas nos mesmos sítios, como vemos nos subúrbios das áreas metropolitanas", acrescentou.
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