"Barroso levou muita pancada por coisas de que não era responsável"
O presidente do Parlamento Europeu, o alemão Martin Schulz, afirma hoje em entrevista ao semanário Expresso que o português Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, “levou muita pancada, foi responsabilizado por coisas das quais não era responsável”. Sobre o futuro, Schulz reconhece que não sabe “onde vamos chegar” mas garante que está a ser criada “uma nova dimensão da democracia na Europa”.
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Política Martin Schulz
Em entrevista ao semanário Expresso, o presidente do Parlamento Europeu e candidato ao lugar de Durão Barroso na presidência da Comissão Europeia, Martin Schulz, afirma que ajudou a que o dirigente português levasse “muita pancada” injustamente.
Num balanço dos dois mandatos de Durão, que terminam no próximo ano, o alemão começa por referir que “o que disse sobre a linha de José Manuel Durão Barroso é bastante conhecido. Ele [Durão Barroso] é um defensor do método comunitário, e aí coincidimos como colegas e presidentes de instituições comunitárias que, institucionalmente, estão obrigadas a trabalhar em conjunto”.
Mas, acrescenta, “não creio que Barroso seja culpado de tudo aqui em Bruxelas. Confesso que ele levou muita pancada e incluo-me entre os que o atacaram na altura, de uma forma em que ele foi responsável por coisas em relação às quais não era responsável”.
Além disso, Durão Barroso foi “o presidente de uma Comissão que, sob a pressão da realidade da crise, teve de se defender contra uma estratégia de marginalização por parte de alguns Estados-membros, que preferiram o intergovernamentalismo”, mas “o facto de que hoje esses mesmos países estejam a discutir o reforço do papel da Comissão mostra que, de vez em quando, é útil resistir”.
Sobre a sua candidatura, Martin Schulz refere, nesta entrevista ao semanário Expresso, que “houve 20 partidos em 32 que se exprimiram e me apoiaram”, frisando que “a ausência de outro candidato mostra a vontade comum dos partidos membros do Partido dos Socialistas Europeus (PSE) de, desta vez, estarem reunidos em torno de um candidato”.
Agora “o meu objectivo é, antes de mais, mobilizar um máximo de participação nas eleições europeias para ter uma maior legitimidade do Parlamento Europeu e depois veremos”, afirma o dirigente alemão.
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