Meteorologia

  • 23 ABRIL 2024
Tempo
24º
MIN 13º MÁX 24º

Rio diz ter "olhar muito crítico" da atuação do BdP ao longo do tempo

O líder do PSD afirmou hoje ter um olhar "muito, muito crítico" sobre a atuação do Banco de Portugal ao longo do tempo, considerando que se tivesse sido "mais independente" do sistema teria evitado alguns problemas no sistema financeiro.

Rio diz ter "olhar muito crítico" da atuação do BdP ao longo do tempo
Notícias ao Minuto

14:42 - 10/09/19 por Lusa

Política PSD

Num almoço-debate da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa, em Lisboa, Rui Rio fez uma intervenção inicial onde reiterou algumas prioridades do programa eleitoral do PSD, como a economia, ambiente, saúde e reformas estruturais, com um dos 'vices' desta instituição, o antigo líder do CDS-PP Paulo Portas, na assistência e ao seu lado na mesa de honra.

Na fase das perguntas, foi questionado por Miguel Horta e Costa, outro 'vice' da Câmara de Comércio, sobre a atuação do Banco de Portugal (BdP).

"Obviamente que nenhum português pode ver a atuação do Banco de Portugal nos últimos anos -- num sentido muito alargado, não é nos últimos dois ou três anos - com bons olhos como é evidente. Se o BdP tivesse estado atento, se tivesse intervindo, se o BdP tivesse sido mais independente do próprio sistema, nunca teríamos chegado à situação que chegámos nos mais diversos bancos, para não falar só no BES", referiu Rio.

O líder social-democrata recordou a resolução feita em 2014 pelo BdP -- quando era primeiro-ministro o antigo líder do PSD Pedro Passos Coelho e governador Carlos Costa, ainda em funções - e que resultou na separação entre o Grupo Espírito Santo e o Banco Espírito Santo em 2014.

"Afirmações feitas sobre o GES e o BES demonstram que o BdP não estava bem ciente do problema, quando diz que o GES estava mal e o BES estava bem -- levaram na altura o próprio Presidente da República [Cavaco Silva] a fazer essa afirmação -, demonstra falta de conhecimento", considerou Rio.

"Tinha de ter muita prudência (...) sob pena de enganar as pessoas, como enganou muitas, que perderam ainda mais dinheiro", afirmou, justificando o seu olhar "muito, muito crítico" sobre a atuação das "várias administrações" do banco central.

Num almoço perante algumas dezenas de empresários -- do PSD estiveram presentes o secretário-geral, José Silvano, e o vogal da direção Maló de Abreu --, Rio foi questionado se admitia fazer uma 'geringonça' à direita e repetiu o que já disse sobre o tema, rejeitando o termo, mas admitindo um entendimento com o CDS-PP.

"Uma geringonça é algo mal amanhado que, no caso da esquerda, foi concertado apenas para haver uma maioria parlamentar e não tinha um programa estratégico para Portugal, daí que lhe chamaram geringonça (...) À direita, nunca pode haver uma geringonça em que eu seja o líder, porque à direita tem de ser uma ligação consistente e com sentido estratégico", disse.

Feita a ressalva, Rio disse não só admitir, como apoiar, a ideia de um eventual entendimento à direita, desde que seja para "somar 116 deputados com sentido estratégico".

Perante uma plateia de empresários, Rio defendeu que para conseguir cumprir a promessa do PSD de "melhores empregos e melhores salários", é preciso "fazer o contrário" do que aconteceu nos últimos quatro anos" de Governo PS apoiado numa maioria de esquerda, apostando mais nas exportações do que no consumo privado.

Na saúde, reiterou a ideia de que "gerir um hospital é como gerir uma empresa" -- com a diferença que os hospitais 'produzem' serviços de saúde -- e prometeu prioridade ao ambiente, "mesmo que não dê grandes votos".

Sobre reformas estruturais, reiterou que estas têm de ser feitas "num consenso o mais alargado possível".

"Se queremos efetivamente mudar o sistema político ou reformar a justiça não há nenhum partido, nem que tenha maioria absoluta, que um dia o consiga fazer", defendeu, garantindo que o PSD irá sempre "liderar" este movimento a favor de reformas, seja qual for o resultado das legislativas de 06 de outubro.

No final do almoço, questionado pelos jornalistas porque motivo não se consegue aparentemente entender com o PS em matéria de transportes -- depois de críticas do primeiro-ministro, António Costa, nos últimos dias às opções do PSD na área da ferrovia e do futuro aeroporto de Lisboa -, Rio considerou que, nestes casos, não se trata de reformas estruturais, mas de investimentos estruturais.

"Quando falamos, por exemplo, nos transportes estamos a dizer se há mais ou menos investimento ou se o comboio anda um bocadinho mais depressa ou um bocadinho mais devagar", apontou.

O líder do PSD repetiu que, no programa do PSD, "ninguém está a falar de TGV".

"O TGV aplicado a Portugal significaria fazer Porto-Lisboa numa 1 hora e 15 minutos, não é disso que estamos a falar. Estamos a falar de comboios de alta velocidade, que dão mais de 200 km por hora, não estamos a falar de comboios que andam a 300 e tal quilómetros por hora", referiu.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório