Jerónimo de Sousa fez, este domingo à tarde, o discurso de encerramento da Festa do Avante!. O secretário-geral do PCP começou por referir que, em Portugal, "estamos nas vésperas de uma importantíssima batalha eleitoral, uma batalha decisiva que vai determinar a evolução imediata e futura do país e da vida dos portugueses".
Jerónimo continuou, referindo que, em 2015, a batalha foi travada e vencida: "Com a luta dos trabalhadores e do povo e o decisivo contributo do PCP [travámos] uma dura e prolongada batalha pela interrupção de uma violenta e retrógrada ofensiva com consequências brutais das condições de vida dos portugueses", afirmou, acrescentando que se "derrotou um Governo que com implacável severidade a executava, cumprindo e aprofundando um programa de agressão, exploração e empobrecimento nacional".
"Numa Assembleia da República alterada na sua composição e num quadro em que nenhum dos partidos responsáveis por mais de quatro décadas de política de Direita em Portugal tinha condições de impor a sua política de sempre na sua plenitude, foi possível com o contributo do PCP e do PEV um processo de reposição de direitos e rendimentos e avançar com novas conquistas que se traduziram em melhorias das condições de vida dos portugueses", garantiu o secretário-geral do PCP.
Jerónimo de Sousa continuou que agora se precisa de "travar e vencer" uma nova batalha: "a da criação de condições para continuar a avançar e impedir que se ande para trás. Avançar de uma forma decidida na solução dos principais problemas do país que permanecem adiados. Avançar no aprofundamento dos direitos e das condições de vida dos trabalhadores e do povo e afastar os perigos de qualquer pretensão de regresso às politicas de empobrecimento".
O secretário-geral do PCP elencou ainda o que considera estar em causa nas eleições de 6 de outubro. Para Jerónimo, é preciso "avançar no que é preciso fazer para o desenvolvimento do país e pelos direitos dos trabalhadores e do povo dando mais força à CDU". "Ninguém se iluda. O que se avançou não está garantido", acrescentou.
O partido parte para as legislativas determinado a "confirmar e alargar a influência". "Vamos para este combate para crescer em votos e em deputados, confiantes no trabalho realizado, no inquestionável papel desempenhado pelo PCP e pela CDU para levar para a frente o país e defender os interesses dos trabalhadores e do povo, e com o projeto de futuro alternativo de que somos portadores", continuou.
"Partimos convictos de que é ao povo que cabe decidir, certos que não há vencedores antecipados nem deputados previamente eleitos. Iremos ao encontro dos eleitores afirmando-lhes que não encontrarão outra força política que dê maior garantia de que a CDU para defender o que se conquistou e para avançar", concluiu.
No discurso de encerramento daquele que, na ótica de Jerónimo de Sousa é o "maior acontecimento político e cultural" que acontece em Portugal, não faltaram as farpas aos opositores.
"Que ninguém se iluda, nem o PS mudou de natureza, nem abandonou as suas opções de fundo inscritas nos PEC de má memória, nem PSD e CDS desistiram da política de desastre, extorsão e retrocesso que caracterizou a sua governação", atirou, acrescentando que "é ver os programas de uns e de outros e a profissão de fé e devoção que fazem às regras e imposições da União Europeia e do euro".
Considerando que "os grandes interesses económicos" querem "a maioria absoluta do PS e tirar força à CDU", o líder do PCP reiterou uma ideia que tinha deixado na abertura do evento, na sexta-feira, que "o voto na CDU conta, e conta bem, para impedir a maioria absoluta do PS".
"É o voto na CDU que conta para não deixar o PS de mãos livres para praticar a velha política, com ou sem PSD e CDS", apontou.
Perto do final, o secretário-geral do PCP aproveitou também para elencar algumas das medidas do programa eleitoral, que inclui a redução do IVA da energia para os 6%, a atribuição de 1% do Orçamento do Estado para a Cultura, creches gratuitas para todas as crianças até aos três anos e o aumento do ordenado mínimo para os 850 euros, entre outras propostas.