Sindicatos desligados de "perspetiva de transformação social é cegueira"
O número de sindicatos independentes tem vindo a aumentar e a conquistar cada vez mais trabalhadores. A recente greve dos motoristas colocou os holofotes neste “novo tipo de sindicatos” a que o deputado Porfírio Silva dedica um texto de reflexão no seu blogue.
© Global Imagens
Política Porfírio Silva
"Um ‘novo’ tipo de sindicatos apareceu na luta social”. É desta forma que Porfírio Silva arranca o texto que escreveu a propósito deste tema no seu blogue ‘Máquina Especulativa’.
O deputado do Partido Socialista considera que “para muitos, a simpatia por esses novos sindicatos resulta tão só de eles não serem da CGTP”.
No entanto, destaca, “são aqueles que, mesmo nas atuais circunstâncias, ainda não compreenderam a vantagem de ter sindicatos que têm uma responsabilidade perante os trabalhadores e perante o país, que ultrapassa o momento presente”.
E, nesta senda, Porfírio Silva afirma que “frequentemente, recrutam-se os entusiastas dos ‘novos’ sindicatos entre os que, regra geral, detestam os sindicatos”.
Na análise que faz a este fenómeno, o deputado admite concordar com “aqueles que dizem que o sindicalismo tradicional tem de se repensar, para responder melhor aos novos desafios”. Mas, adverte, “discorda profundamente dos que defendem que a renovação do sindicalismo passa por eles se tornarem mais ‘desalinhados’, quando isso quer dizer menos ‘ideológicos’”.
A luta sindical é uma luta pela transformação social e, nesse sentido, só pode ser uma luta política
“Querer que a luta sindical seja desligada de uma perspetiva mais ampla de transformação social é cegueira”, sublinha, garantindo que pedir aos sindicalistas que “só pensem no dia presente, sem estratégia e sem visão política alargada (…) é pedir-lhes que se isolem da sociedade a que pertencem”.
E, para concluir, Porfírio Silva garante que “quem não percebe que a luta sindical é sempre política acaba por empurrar os ‘novos’ sindicatos para as mãos de ideologias que preferem agir longe da luz do dia, na obscuridade que qualquer extrema-direita sempre prefere nos seus dias de germinação”.
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