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CDS critica "desresponsabilização" do Governo e números "mediáticos"

O CDS-PP acusou hoje o Governo de estar a atirar para as forças de segurança as responsabilidades em caso de incumprimento da requisição civil dos motoristas em greve, criticando os "números mais ou menos mediáticos" do executivo.

CDS critica "desresponsabilização" do Governo e números "mediáticos"
Notícias ao Minuto

16:41 - 13/08/19 por Lusa

Política greve dos motoristas

O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, disse na segunda-feira, em entrevista à TVI, que não lhe "passa pela cabeça" que a requisição civil não seja cumprida pelos motoristas de matérias perigosas e de mercadorias, defendo que "se isso acontecer já não é com o Governo, é com as forças de segurança e com a justiça".

"O Governo, que se tem desmultiplicado em números mais ou menos mediáticos, a verdade é que parece que já está a aligeirar as culpas, ou dizendo que é uma questão puramente privada e depois diz que se a requisição civil não for cumprida, o problema não é dele, é das forças de segurança", criticou o líder parlamentar do CDS-PP,

, em declarações à agência Lusa.

Para o deputado centrista "isto é inaceitável, é uma desresponsabilização do Governo, uma responsabilização injusta para com as forças de segurança que evidentemente, em democracia, são dirigidas e comandadas pelo Governo".

"O CDS tem mantido o sentido o sentido de responsabilidade e dado condições ao Governo para resolver este problema que é grave e tem afetado a vida, as férias, o trabalho de muitos portugueses, mas dias depois, diria até semana depois, cumpre enunciar alguns factos e retirar uma conclusão", começou por afirmar.

O primeiro facto, segundo Nuno Magalhães, "é que a greve continua, o segundo é que não se sabe quando e como vai acabar, o terceiro é que os portugueses continuam a ver a sua vida prejudicada".

"O Governo, o tal que era da paz e do diálogo social - em contraponto com o anterior, dizia este Governo, dizia o PS, dizia esta maioria - multiplica-se em entrevistas, declarações, visitas, conferências de imprensa, números mais ou menos mediáticos, mas o que é facto é que está tudo na mesma", observou.

Para "estupefação de todos", na segunda-feira, ouviu-se "aquele que era considerado o grande mediador, o ministro das Infraestruturas, vir dizer que se a requisição não for cumprida já não é com o Governo, é com as forças e os serviços de segurança".

"É bom relembrar o senhor ministro que em democracia quem tutela, dirige e comanda as forças de segurança é o Governo, não há aqui forças de segurança de autogestão", destacou.

Para o líder parlamentar do CDS-PP "não é aceitável que este Governo, que não foi capaz ainda de resolver o problema, que esteja a adiar decisões e a atirar responsabilidades para outros, nomeadamente quando estes outros são tão simplesmente tutelados por esse mesmo Governo".

"Creio que é altura de o Governo, dialogando, mediando, assuma as suas responsabilidades e possa resolver o problema que tem afetado a vida de muitos portugueses", apelou.

Para os centristas "não se trata de criticar a requisição civil", uma vez que ao "contrário de outros partido", o CDS-PP crê que "foi uma boa decisão, aliás, era uma decisão mais do que inevitável e esperada face aquilo que está a decorrer".

"Isso não está em causa e nós não mudamos de posição, ao contrário de outros partidos, mediante estarmos no Governo ou estarmos na oposição. Isso é uma medida acertada, mas não chega", avisou.

Na segunda-feira, ao fim do primeiro dia de greve de motoristas, o Governo decretou a requisição civil, alegando o incumprimento dos serviços mínimos.

O secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, Tiago Antunes, após uma reunião do executivo por via eletrónica, justificou a medida depois de o Governo ter constatado que os sindicatos que convocaram a greve dos motoristas de mercadorias e de matérias perigosas "não asseguraram os serviços mínimos", particularmente no turno da tarde.

A greve que começou na segunda-feira, por tempo indeterminado, foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), com o objetivo de reivindicar junto da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) o cumprimento do acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial.

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