Autarca não declarou negócios com alheiras quando era deputada
Presidente da Câmara de Mirandela é visada numa investigação da ASAE que culminou na quarta-feira com apreensão de alheiras. Nos dois anos em que foi deputada da Assembleia da República, a socialista não declarou a participação neste negócio conforme a lei exige.
© Facebook/Júlia Rodrigues
Política Mirandela
Júlia Rodrigues, atualmente presidente da Câmara de Mirandela, não declarou à Assembleia da República a participação em duas empresas produtoras de alheiras, nos dois anos que foi deputada do PS.
A notícia, avançada pelo Jornal de Notícias, surge depois de uma investigação da ASAE que culminou com a apreensão de alheiras. O Notícias ao Minuto contactou a ASAE, aguardando um esclarecimento.
Em causa estão crimes de fraude sobre mercadoria e violação de indicação geográfica. Isto porque as alheiras eram produzidas em Vinhais, na Vifumeiro, e vendidas com a marca Amil como sendo totalmente fabricadas em Mirandela.
Escreve ainda o JN que as quotas de participação nestas duas empresas (na Vifumeiro 9% e na Amil 12,5%) já eram anteriores às funções como deputada.
Enquanto deputada, Júlia Rodrigues foi indicada para a Comissão Parlamentar de Agricultura e até integrou um grupo de trabalho que criou a nova Lei da Transparência para titulares de cargos políticos e públicos.
Ao não declarar a participação nestes negócios, Júlia poderá ter violado o código de conduta, tendo em conta a legislação em que tinha interesse pessoal. Uma dessas situações, refere o JN, aconteceu em 2016 quando se votou a atribuição de apoios financeiros aos produtores de alheiras. Embora a então deputada tenha votado contra (por disciplina de voto), deveria ter declarado conflito de interesses e ausentar-se da votação ou fazer uma declaração de voto.
O Notícias ao Minuto também tentou contactar Júlia Rodrigues, sem êxito até ao momento.
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