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Golas inflamáveis? "A política anda à gola, mas dos portugueses"

A opinião é de Joaquim Jorge, de acordo com o qual Eduardo Cabrita deve tirar conclusões sobre a polémica das golas inflamáveis.

Golas inflamáveis? "A política anda à gola, mas dos portugueses"
Notícias ao Minuto

11:10 - 30/07/19 por Filipa Matias Pereira

Política Golas inflamáveis

A polémica das golas inflamáveis, que tem marcado a atualidade nacional, "vai de encontro ao pior da política portuguesa". A opinião é de Joaquim Jorge que, num texto enviado à redação do Notícias ao Minuto, reflete sobre o caso que levou à demissão do adjunto do secretário de Estado da Proteção Civil, Francisco Ferreira. "Este episódio das golas, mostra mais uma vez, que a política anda à gola, mas dos portugueses", refere.

"Quando há um caso, atira-se sempre as culpas para os outros. Neste caso, a culpa é da Proteção Civil e não de membros do Governo". O fundador do Clube dos Pensadores refere-se, em concreto, ao facto de José Artur Neves ter declinado responsabilidades no caso dos kits distribuídos no âmbito dos programas 'Aldeia Segura' e 'Pessoas Seguras'.

Atira ainda o biólogo de formação que "quem se demite ou é demitido quase sempre é o menos culpado da situação, mas é sempre o mais baixo da hierarquia, neste caso o adjunto do Secretário de Estado, Francisco Ferreira", que apresentou a demissão esta segunda-feira. A situação aconteceu depois de este ter admitido ao Jornal de Notícias que indicou as empresas para comercializarem os kits onde se incluem as golas antifumo inflamáveis.

Para Joaquim Jorge, "é incrível que alguém que foi nomeado pelo secretário de Estado José Artur Neves, e recebe ordens deste, pode ter autonomia para celebrar contratos com empresas". Acredita o comentador, perante as circunstâncias, que o país, "além de estar a arder por todo o lado, também está a arder o quintal do Governo, vulgo Ministério da Administração Interna. É só labaredas".

O comentador reconhece que Eduardo Cabrita foi empossado com uma pasta "extremamente sensível e exigente", já que "tem de dar a cara por um dos maiores flagelos em Portugal, os fogos". Com efeito, "só tinha uma coisa a fazer, exigir o apuramento das responsabilidades de quem adquiriu as golas, indagar se são apropriadas para o efeito e, por fim, tirar as devidas conclusões".

E se "o secretário de Estado teve alguma coisa que ver com a aquisição das golas, deve demiti-lo". Ao mesmo tempo, deve "analisar como um ministro tem condições políticas para continuar. De outro modo, demite-se também. A política portuguesa precisa de pragmatismo e de verdade", constata.

Ora, remata Joaquim Jorge que "o PS, com este tipo de episódios, nunca mais tem maioria absoluta. Já o PSD e o CDS pouco conseguem fazer. O 'familygate' já estava a ficar no esquecimento, das viagens já ninguém se lembrava, as convulsões no PSD e as suas listas fazem o resto".

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