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"Ser líder da oposição já é difícil, no PSD é particularmente difícil"

Rui Rio mantém a serenidade, apesar da instabilidade dentro do PSD. O líder social-democrata pede "lealdade" e fala sobre uma "resistência" que é necessária para ser líder da oposição, particularmente, neste momento.

"Ser líder da oposição já é difícil, no PSD é particularmente difícil"
Notícias ao Minuto

21:43 - 08/07/19 por Anabela Sousa Dantas

Política Rui Rio

O líder social-democrata Rui Rio debruçou-se esta segunda-feira, na antena da TVI, sobre as convulsões no seio do Partido Social-Democrata (PSD), sendo confrontado com críticas provenientes de fontes anónimas e com o caso de Álvaro Amaro. O líder do PSD disse encarar ambos ambas as situações com aparente tranquilidade.

Sobre as críticas à sua liderança, noticiadas pelo semanário Expresso, Rui Rio desvalorizou e garantiu imparcialidade. “Para mim no dia seguinte [à eleição direta] partimos do ponto zero, ou seja, é-me indiferente onde as pessoas estiveram”, afirmou, respondendo “sim” à pergunta sobre se admitiria críticos na lista de candidatos a deputados.

“Para mim o que já não me é indiferente, independentemente de estarem do outro lado, ou do meu lado, é não haver lealdade. Porque a lealdade já não tem a ver com política, a lealdade já é uma avaliação pessoal que nós fazemos uns dos outros”, acrescentou, porém.

Ser leal é concordar com as ideias de Rui Rio? “Não, pode ser discordar de forma leal. (...) Quando há fontes anónimas, uma e outra podemos não saber. Quem anda nisto há uns anos olha lê e percebe quem são as fontes anónimas com facilidade. Temos que ter valores éticos e princípios, todos nos na nossa vida”, vincou.

No entender do antigo autarca portuense, todas estas convulsões brotam do papel de líder da oposição. “Toda a gente percebe, o pais inteiro, que a tarefa de líder de oposição já e difícil. A tarefa de líder de oposição no PSD, neste momento histórico que o PSD atravessa, é particularidade difícil, como é lógico”, admitiu. “Infelizmente hoje na política, a principal qualidade para se chegar a qualquer lado, mais do que a capacidade ou a seriedade, é a resistência, o que é mau”, acrescenta.

No que respeita ao caso de Álvaro Amaro, antigo presidente das Câmaras de Gouveia e da Guarda, e recentemente eleito eurodeputado pelo PSD, que foi constituído arguido no processo Rota Final, Rui Rio foi perentório quando questionado sobre se devia ou não ter renunciado ao cargo.

Uma coisa é ser suspeito de uma coisa relativamente pequena, outra coisa é ser suspeito de ter matado alguém. Mas, à partida, eu aplico sempre a presunção de inocência. Enquanto não houver, pelo menos, uma condenação de primeira instância, nós temos que respeitar o princípio de presunção de inocência. Seja do PSD, seja do PS, seja de um cidadão qualquer”, indica.

Neste sentido, prosseguiu, disse sentir “revolta” com o facto de “ver todos os dias na praça pública pessoas a serem chacinadas com julgamentos populares”, sendo o julgamento “para fazer nos tribunais”.

“Para esse caso e todos os demais, eu gostava que a investigação criminal se fizesse, se fizesse com a competência e se fizesse com a discrição devida para salvaguardar o nome das pessoas”, ressalva, voltando a criticar os julgamentos na praça pública. “Dar cabo do nome das pessoas, desta forma completamente gratuita como nós assistimos em Portugal, não é digno da democracia, nem é digno de um Estado de Direito”, insistiu, sublinhando que as pessoas devem ser respeitadas “quer estejam na política, quer não estejam na política”.

"À cabeça, não preciso de voltar a passar das 35 para as 40 horas"

Uma parte do comentário de Rui Rio foi dedicado à administração pública e à forma como o PSD se propõe a trabalhar este dossiê. Questionado sobre se aumentaria os funcionários públicos ou os salários dos mesmo, o social-democrata explicou que essa solução já foi tentada. “O primeiro-ministro diz que meteu mais não sei quantos milhares de funcionários públicos e a minha questão é esta: se meteu mais não sei quantos milhares de funcionários públicos e os serviços estão pior é porque o problema não é só mais funcionários públicos e mais dinheiro. Eu estou consciente que não é”, afirma.

No entender de Rui Rio, a solução passará por uma melhor gestão dentro do Serviço Nacional de Saúde (SNS). “O nível de desorganização dentro dos hospitais é incrível e, portanto, o nível de desperdício é incrível. Nós podemos, otimizando os recursos, ou poupar dinheiro, que não me parece que seja isso que se deve fazer, ou com os mesmos recursos prestar melhor serviço”, esclareceu.

Quando questionado sobre um possível retorno às 40 horas semanais, o líder 'laranja' disse confessar “que quando debatemos o programa, que está quase finalizado, perdemos umas horas com essa questão. A conclusão política a que se chegou é que iríamos fazer uma esforço por por uma solução cá fora que é esta: não preciso, à cabeça, de voltar a passar das 35 para as 40 horas”, admitiu Rui Rio.

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