"O PSD depois do avanço Montenegro entrou numa paz podre”
Joaquim Jorge diz que Rui Rio “exagerou” ao escolher apenas “jovens” para as Legislativas.
© Joaquim Jorge
Política Joaquim Jorge
Joaquim Jorge, num artigo de opinião enviado ao Notícias ao Minuto volta a criticar a “política à portuguesa” que, sublinha, na generalidade, é “mais vezes notícia pela fulanização” do que pelas ideias e conteúdos programáticos.
No mesmo artigo, o fundador do Clube dos Pensadores (CdP), aponta as palavras a um caso mais específico. “O PSD agitou-se pela escolha de Rui Rio de gente jovem. Estas guinadas do Rui Rio sempre existiram, escolher quem ele quer e muito bem lhe apetece”, começa por dizer o também biólogo para, logo a seguir, assumir que o líder dos sociais-democratas “exagerou” ao escolher apenas “jovens” para constituírem os círculos do partido às legislativas.
“Não há idade para se exercer um cargo público quando um cidadão tem capacidade eleitoral, todavia, e não tenho nada contra os jovens, antes pelo contrário, seria importante nomear pessoas que tivessem alguma maturidade e experiência de vida para exercerem o cargo de deputado. Os jovens têm um papel determinante na política, mas devem fazê-lo progressivamente”, explica.
Perante as escolhas, Joaquim Jorge admite que Santana Lopes devia ter “esperado” antes de abandonar o PSD, pois agora teria mais apoio. “Olhando para o PSD com tantos granisés a quererem o poleiro, às vezes penso o que seria se Pedro Santana Lopes não tivesse abandonado o PSD? Porventura, teria o PSD a seus pés, mas não quis esperar”, diz.
De acordo com as palavras de Joaquim Jorge, o PSD atravessa agora uma fase de “paz podre”. “O PSD depois do avanço de Luís Montenegro entrou numa paz podre, há muitas maneiras de boicotar, não fazer e não ajudar”, escreve acrescentando que a “eureka” do PSD chama-se Miguel Relvas.
“Miguel Relvas fez um ultimato a Rui Rio: ‘ou vences as eleições ou vamos tirar-te daí’. Exigiu eleições internas caso perca as eleições”, destaca Joaquim Jorge.
Perante este ultimado, “o PSD continua a andar às voltas, em vez de ter um sentido”, diz o biólogo acrescentando que, neste momento, a única pessoa que pode ‘salvar’ o partido laranja é Miguel Relvas.
“O futuro líder do PSD passará por Miguel Relvas, como operacional. Tem o sentir e o pulsar do partido, vai encontrar a solução para este problema intrincado do PSD. Miguel Relvas criou Passos Coelho e pode muito bem criar outro líder ou voltar a apostar em Passos Coelho. Com tantos proto-candidatos a querer suceder a Rio no PSD, ainda pode voltar Passos Coelho. O PSD está enfraquecido e não está bem, em vez de ser alternativa ao PS quer ser alternativa a ele próprio”, garante.
Já sobre o primeiro-ministro, Joaquim Jorge recorda que “António Costa diz que não vai para a Europa, mas pode mudar de ideias dependendo como as coisas lhe correrem no Governo”.
“Como sabemos os socialistas têm uma apetência por cargos que é uma coisa impressionante”, relembra.
Joaquim Jorge termina o seu artigo de opinião com uma citação de Abraham Lincom sobre a democracia. “É possível enganar toda a gente em alguns momentos, ou enganar algumas pessoas a todo o momento, mas não é possível enganar toda a gente a todo o momento”.
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