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Nuno Melo atribui impasse em Bruxelas a "habilidadezinha" de Costa

O eurodeputado Nuno Melo, do CDS-PP, considera que o impasse em Bruxelas em torno das nomeações para os cargos de topo da União Europeia se deve à "habilidadezinha" do primeiro-ministro, António Costa, em desrespeito pelo princípio do "candidato principal".

Nuno Melo atribui impasse em Bruxelas a "habilidadezinha" de Costa
Notícias ao Minuto

11:34 - 02/07/19 por Lusa

Política CDS

Em declarações aos jornalistas no dia de inauguração da nona legislatura do Parlamento Europeu, em Estrasburgo, que ocorre no mesmo momento em que, em Bruxelas, os chefes de Estado e de Governo prosseguem as discussões para tentar ultrapassar o impasse sobre as nomeações, designadamente para a presidência da Comissão Europeia, Nuno Melo defendeu que o processo conhecido com 'spitzenkandidat' "manifestamente não funciona".

O único deputado eleito pelo CDS considera que aquilo que se passa em Bruxelas é "uma demonstração acabada de um processo que não é bom, o chamado 'spitzenkandidat', que no plano dos princípios supostamente implicaria que o partido que vencesse as eleições europeias indicaria o futuro presidente da Comissão Europeia", ou seja, que a presidência da Comissão fosse agora atribuída ao alemão Manfred Weber, "candidato principal" do Partido Popular Europeu (PPE), ao qual os democratas-cristãos pertencem.

"O que se percebe é que isso não é verdade, e basicamente o que se tenta no plano institucional europeu é uma recidiva do que sucedeu em Portugal, em que quem perde, indica. Só que há uma 'nuance' no plano europeu: é que no Conselho existe o direito de veto, e, portanto, a simples maioria não determina o próximo presidente da Comissão Europeia", observou.

Nuno Melo considera que Costa, enquanto um dos negociadores dos Socialistas Europeus, é particularmente responsável pela "morte anunciada" do processo do "candidato principal", acusando-o de "tentar uma habilidadezinha e conseguir as tais maiorias que matam um processo que é de compromisso".

"A coisa 'à portuguesa' não funciona aqui no plano institucional, e a habilidadezinha que o dr. António Costa nomeadamente tentou está a dar o resultado de uma crise institucional que só não sucede em Portugal, porque em Portugal, infelizmente, há outros valores à margem da lógica democrática que funcionam mais fortes", disse.

Melo também não 'isenta' de responsabilidades a chanceler Angela Merkel, que apoiava uma solução -- negociada com Socialistas e Liberais -- que passava pela designação do socialista Frans Timmermans para a presidência da Comissão, em detrimento do 'spitzenkandidat' do PPE, Weber, a quem ficaria reservada a presidência do Parlamento Europeu.

"Faz-me muita confusão e repudio uma lógica em que basicamente franceses e alemães repartem e distribuem, sem mandato, aquilo que nos deveria representar a 28 ainda. A senhora Merkel não é a UE, tal e qual o senhor (Emmanuel) Macron" não tem mandato para decidir por todos, disse, referindo-se ao facto de o Presidente francês ter estado envolvido nessas negociações.

Questionado sobre o 'bloqueio' dentro do PPE à solução avançada por Merkel no passado domingo, Melo apontou que a chanceler alemã "assumiu compromissos sem conhecimento e acordo de outros governos que são chefiados por representantes também do PPE", e sustentou que se deve falar é de um "bloqueio" dos socialistas a quem deveria ser designado, Manfred Weber.

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