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Eurogeringonça? A "ideia não passa o teste liminar de consistência"

Vital Moreira contraria a afirmação de Rui Tavares, que defende que há uma maioria para uma eurogeringonça para governar a União Europeia.

Eurogeringonça? A "ideia não passa o teste liminar de consistência"
Notícias ao Minuto

08:09 - 02/07/19 por Filipa Matias Pereira

Política Vital Moreira

O 'novo' Parlamento Europeu, saído das eleições europeias de maio, inicia esta terça-feira a legislatura 2019-2024. A respeito do tema, Vital Moreira defende que não sabe "onde é que Rui Tavares foi buscar a ideia de que há uma maioria para uma eurogeringonça para governar a União Europeia, através da convergência política de todas as forças à esquerda do PPE, dos liberais à extrema-esquerda".

Primeiro, justifica o constitucionalista, "os números não batem certo". Ora, "somando os 366 lugares no Parlamento Europeu, as quatro bancadas ficam aquém da necessária maioria parlamentar (376)". Depois, acrescenta, "mesmo que houvesse tal maioria, não se vê como seria possível meter no mesmo projeto governativo europeu três forças europeístas (liberais, verdes e socialistas) junto com o soberanismo antieuropeísta da 'Esquerda Unida Europeia' (onde se incluem o BE e o PCP), que em muitas posições contra a integração europeia converge com o nacionalismo da extrema-direita", pode ler-se numa publicação no blogue 'Causa Nossa'. 

Tecendo uma analogia com o cenário nacional, defende Vital Moreira que "se em Lisboa foi possível em 2015 uma difícil e limitada convergência política de conveniência entre socialistas, bloquistas e comunistas, conservando as suas inconciliáveis divergências justamente em matéria da UE, em Bruxelas um tal ideia não passa o teste liminar de consistência e de admissibilidade política".

Considera o político que é "certo que o PPE não tem maioria para governar sozinho, longe disso". Porém "tampouco há maioria para uma alternativa de governo sem o PPE, muito menos contra o PPE". A solução governativa, com efeito, "pode e deve prescindir de Weber à frente do executivo da União, mas tal solução tem de ser aceite pelo próprio PPE, no quadro de uma solução global para os diversos cargos institucionais da União", remata.

Saliente-se que a sessão constitutiva da nona legislatura do Parlamento Europeu tem início às 10h00 locais em Estrasburgo (9h00 de Lisboa), uma hora antes de os líderes dos 28 retomarem os trabalhos do Conselho Europeu iniciado no domingo à tarde e suspenso ao fim de 19 horas de negociações fracassadas sobre o processo de escolha dos novos dirigentes das instituições da União Europeia.

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