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Se PS não tiver maioria absoluta, vai sofrer "depressão psicológica"

Luís Marques Mendes entende que se o PS não tiver maioria absoluta nas próximas eleições vai ser um "murro no estômago", "uma espécie de "depressão psicológica".

Se PS não tiver maioria absoluta, vai sofrer "depressão psicológica"
Notícias ao Minuto

22:39 - 30/06/19 por Melissa Lopes

Política Marques Mendes

Luís Marques Mendes considera positivo o facto de o Partido Socialista (PS) ter assumido de uma forma mais clara, no decorrer da semana, a intenção de querer atingir a maioria absoluta nas eleições legislativas de outubro.

“Sou sempre a favor da clareza das posições. Nesse plano, é bom (…) Acho que a clareza é boa conselheira. Foi o Carlos César primeiro e Ana Catarina Mendes veio reafirmar a mesma questão”, começou por referir o social-democrata no seu habitual espaço de comentário, na SIC.

Para o comentador, de resto, o combate dos próximos meses vai ser precisamente este: “sim ou não à maioria absoluta” do PS.

E assim sendo, Marques Mendes reuniu argumentos a favor da maioria absoluta e argumentos contra.

Começando pelos primeiros, destacou o baixo desemprego e os melhores salários, “um enorme triunfo eleitoral para uma maioria absoluta”. A favor da maioria absoluta está ainda o argumento das contas certas - “ainda esta semana tivemos a notícia do excedente, é bom para o país e um enorme fator de credibilidade para o PS”; o desejo de estabilidade (“as pessoas gostam de estabilidade”) e, por fim, a incapacidade da oposição (“uma espécie de de benefício colateral que o PS tem”).

Enumerados os argumentos que hão-de ser “esgrimidos a favor de uma maioria absoluta”, o comentador debruçou-se sobre os aspetos que pesarão contra essa intenção. E nesse lote, destacou o receio de poder absoluto (“há muito boa gente em Portugal que confunde maioria absoluta com poder absoluto. De resto, o PS no passado dizia isso das maiorias absolutas do Cavaquismo”, lembrou); os tiques de arrogância e de insensibilidade social (“há muito a ideia de que o poder tem arrogância e que quando se está sozinho no poder fica-se mais insensível”; o estado da saúde e o exagero da carga fiscal (“que não é boa para a classe média) e, por último, a falta de um projeto mobilizador (“ PS tem evidentemente o seu programa, mas uma maioria absoluta exige mais, um desígnio, uma ideia fortemente mobilizadora que ainda não surgiu”).

Marques Mendes acredita que se o PS não tiver maioria absoluta nas eleições de 6 de outubro, a sua vitória “vai ter um sabor a derrota”, o que terá duas consequências. Uma delas, no plano psicológico, será  “um murro no estômago, uma certa depressão psicológica”. A outra, no plano político: “quando o PS tiver que negociar alguma matéria no Parlamento, qualquer parceiro vai ser mais exigente, mais reivindicativo, vai subir a parada”. “É como tudo na vida: Não há bela sem senão”, rematou. 

Ainda sobre os temas da semana, o social-democrata criticou PS e PSD pelas tentativas de alteração ao Estatuto do Ministério Público, considerando que as propostas, entretanto chumbadas, passam uma imagem de que os dois partidos estão "incomodados" com o facto de a justiça estar a fazer um combate à corrupção "mais firme, assertivo e mais constante do que no passado" e que querem controlar, domesticar ou limitar os poderes do MP". 

Sobre o assunto, o comentador elogiou a intervenção "decisiva" do Presidente da República. "Marcelo fez um telefonema à procuradora-Geral da República a dizer que estava de acordo com tudo o que estava a ser feito, em termos de orientações, no combate à corrupção". Para Marques Mendes,  ao tornar aquele telefonema público, Marcelo estava a dar "um puxão de orelhas ao PS e PSD". Como que dizendo:' Atenção, o combate à corrupção está na boa direção, o MP precisa de manter os seus poderes de autonomia'". "Uma vez mais, acho que o PR pôs ordem na casa", finalizou. 

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