Se PS não tiver maioria absoluta, vai sofrer "depressão psicológica"
Luís Marques Mendes entende que se o PS não tiver maioria absoluta nas próximas eleições vai ser um "murro no estômago", "uma espécie de "depressão psicológica".
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Política Marques Mendes
Luís Marques Mendes considera positivo o facto de o Partido Socialista (PS) ter assumido de uma forma mais clara, no decorrer da semana, a intenção de querer atingir a maioria absoluta nas eleições legislativas de outubro.
“Sou sempre a favor da clareza das posições. Nesse plano, é bom (…) Acho que a clareza é boa conselheira. Foi o Carlos César primeiro e Ana Catarina Mendes veio reafirmar a mesma questão”, começou por referir o social-democrata no seu habitual espaço de comentário, na SIC.
Para o comentador, de resto, o combate dos próximos meses vai ser precisamente este: “sim ou não à maioria absoluta” do PS.
E assim sendo, Marques Mendes reuniu argumentos a favor da maioria absoluta e argumentos contra.
Começando pelos primeiros, destacou o baixo desemprego e os melhores salários, “um enorme triunfo eleitoral para uma maioria absoluta”. A favor da maioria absoluta está ainda o argumento das contas certas - “ainda esta semana tivemos a notícia do excedente, é bom para o país e um enorme fator de credibilidade para o PS”; o desejo de estabilidade (“as pessoas gostam de estabilidade”) e, por fim, a incapacidade da oposição (“uma espécie de de benefício colateral que o PS tem”).
Enumerados os argumentos que hão-de ser “esgrimidos a favor de uma maioria absoluta”, o comentador debruçou-se sobre os aspetos que pesarão contra essa intenção. E nesse lote, destacou o receio de poder absoluto (“há muito boa gente em Portugal que confunde maioria absoluta com poder absoluto. De resto, o PS no passado dizia isso das maiorias absolutas do Cavaquismo”, lembrou); os tiques de arrogância e de insensibilidade social (“há muito a ideia de que o poder tem arrogância e que quando se está sozinho no poder fica-se mais insensível”; o estado da saúde e o exagero da carga fiscal (“que não é boa para a classe média) e, por último, a falta de um projeto mobilizador (“ PS tem evidentemente o seu programa, mas uma maioria absoluta exige mais, um desígnio, uma ideia fortemente mobilizadora que ainda não surgiu”).
Marques Mendes acredita que se o PS não tiver maioria absoluta nas eleições de 6 de outubro, a sua vitória “vai ter um sabor a derrota”, o que terá duas consequências. Uma delas, no plano psicológico, será “um murro no estômago, uma certa depressão psicológica”. A outra, no plano político: “quando o PS tiver que negociar alguma matéria no Parlamento, qualquer parceiro vai ser mais exigente, mais reivindicativo, vai subir a parada”. “É como tudo na vida: Não há bela sem senão”, rematou.
Ainda sobre os temas da semana, o social-democrata criticou PS e PSD pelas tentativas de alteração ao Estatuto do Ministério Público, considerando que as propostas, entretanto chumbadas, passam uma imagem de que os dois partidos estão "incomodados" com o facto de a justiça estar a fazer um combate à corrupção "mais firme, assertivo e mais constante do que no passado" e que querem controlar, domesticar ou limitar os poderes do MP".
Sobre o assunto, o comentador elogiou a intervenção "decisiva" do Presidente da República. "Marcelo fez um telefonema à procuradora-Geral da República a dizer que estava de acordo com tudo o que estava a ser feito, em termos de orientações, no combate à corrupção". Para Marques Mendes, ao tornar aquele telefonema público, Marcelo estava a dar "um puxão de orelhas ao PS e PSD". Como que dizendo:' Atenção, o combate à corrupção está na boa direção, o MP precisa de manter os seus poderes de autonomia'". "Uma vez mais, acho que o PR pôs ordem na casa", finalizou.
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