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Será possível nova Geringonça? “Há um muro que foi derrubado”

O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, vê com bons olhos a "experiência" que representou a Geringonça durante os últimos quatros anos. Se ela se repetirá no futuro, não sabe. Mas com a Geringonça, "há um muro que foi derrubado" e que é "potencialmente definitivo".

Será possível nova Geringonça? “Há um muro que foi derrubado”
Notícias ao Minuto

22:40 - 26/06/19 por Melissa Lopes

Política Vieira da Silva

Há um muro que foi derrubado, o da impossibilidade de acordos à Esquerda”. É desta forma que o ministro Vieira da Silva vê a solução governativa encontrada no Parlamento nestes últimos quatro anos.

“Esse derrube é, a meu ver, potencialmente definitivo”, sublinhou o ministro em entrevista na SIC Notícias.

E, portanto, na ótica de Vieira da Silva, “qualquer solução passará sempre por debater e procurar soluções com os partidos à Esquerda”.

Mesmo que o PS venha a ter maioria absoluta nas próximas eleições, o governante acredita que deve procurar-se, igualmente, convergência à Esquerda.

“Pessoalmente, penso que sim. Porque uma coisa são as maiorias políticas, outra coisa são as maiorias sociológicas”, acrescentou.

Vieira da Silva sustentou que a “experiência” foi “positiva para Portugal”, dado que “garantiu estabilidade - isso é reconhecido internacionalmente - , permitiu-nos recuperar economicamente, recuperar do ponto de vista das finanças públicas, melhorar ao nível social em muitos apetos da nossa vida”. “Pessoalmente, faço um balanço positivo”, resumiu.

Vieira da Silva assinalou que entre os três partidos há naturalmente “contradições” e “leituras diferentes sobre alguns partidos”, garantindo que no PS não há muitas correntes contra a Geringonça como possa parecer. 

“Obviamente que somos partidos diferentes nesta espécie de coligação. É natural que cada um afirme a sua visão, ainda por cima quando estamos próximos das eleições”, frisou, enaltecendo as “muitas convergências que permitiram este desenvolvimento positivo para o país, nomeadamente do ponto de vista da estabilidade e da recuperação de mais confiança e mais esperança no futuro”.

Instado a comentar o ‘braço de ferro’ no seio do PS relativamente às vozes que se manifestam contra esta solução governativa (Carlos César e Augusto Santos Silva disso são exemplo), o ministro do Trabalho e da Segurança Social fez sobressair que a “esmagadora maioria, para não dizer quase totalidade, do PS “olhou esta experiência de uma forma muito positiva”.

“A próxima experiência depois das eleições será necessariamente diferente” (…), uma vez que será “condicionada pelos resultados eleitorais e pela atitude que cada partido tenha”.

Aumentos na Função Pública no horizonte?

Sobre os possíveis aumentos na Função Pública, caso PS seja novamente Governo, Vieira da Silva defendeu que o que o primeiro-ministro [em entrevista ao Expresso] disse “foi uma coisa um pouco diferente”.

“Temos de ter a noção que um Estado para funcionar bem tem que ter bons quadros (…) Os salários para Administração Pública para os quadros estão congelados há mais de dez anos”, enquadrou, concluindo que “o Estado perdeu capacidade de atração para os melhores quadros” e que “isso é mau para o Estado, a nível de chefias, de intermédios”.

Assim, para além de uma evolução salarial positiva ser sempre vantajosa para o bem-estar das pessoas, destacou o ministro, “seria um erro profundo não pensarmos que o Estado tem de ter condições para atrair bons quadros”.

“Obviamente que o Estado está carenciado de rejuvenescimento e ele não se faz se não se oferecer às pessoas perspetivas de carreira”, argumentou.

Vieira da Silva vai deixar o Governo depois das eleições?

Questionado sobre notícias que dão conta que Vieira da Silva deixará o Governo no final desta legislatura, o governante não deu uma resposta assertiva.

“Há um trabalho governamental que está a acabar, que ainda é importante, depois haverá eleições, um processo de escolhas (…)”, respondeu, acrescentando que há, contudo, “uma realidade que é indiscutível". "O tempo avança e a minha vida política tem muito mais passado que futuro por razões próprias do ser humano. Vejo isso com naturalidade”, atirou, deixando no ar essa a possibilidade de ‘reforma’: “Toda a gente pondera sempre o seu futuro”. 

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