As urnas estarão localizadas na Escola EB 2 e 3 de Argoncilhe e, como determinado pelo Tribunal de Santa Maria da Feira (distrito de Aveiro), os boletins de voto apresentarão os candidatos pela seguinte ordem: PS, BE, CDS-PP, PPD/PSD e CDU.

A cabeça de lista do PS é a gestora Anabela Duarte, que presidiu à Assembleia de Freguesia de Argoncilhe após as autárquicas de 2017. É licenciada em secretariado, tem um MBA em gestão e uma pós-graduação em direito das autarquias, e, segundo a concelhia socialista, trabalha como gestora de cliente numa instituição bancária.

Já o candidato do BE é o biólogo Pedro Carvalho, ex-atleta federado de salto em altura, licenciado pela Universidade de Aveiro e detentor de um mestrado em biologia molecular e celular. Propõe-se a romper com o modelo de gestão do PSD, que considera "desfasado" das reais necessidades da freguesia.

Pelo CDS concorre a professora Ana Celeste Martins, que o partido aponta como a primeira mulher na história da freguesia a candidatar-se à Junta, nas autárquicas de 2017. A candidata promete dar prioridade à limpeza urbana e à circulação segura de peões, por considerar que urge construir "muitos quilómetros de passeios por toda a freguesia".

O PSD escolheu para cabeça de lista a mesma pessoa que esteve na origem da destituição da Assembleia de Freguesia: o empresário de construção Manuel Santos, que diz não ser pessoa de desistir e que, realçando ser sócio de praticamente todas as coletividades da freguesia, insiste em que a sua preocupação é apena com "o bem de Argoncilhe".

O candidato da coligação entre o Partido Comunista Português e o Partido Ecologista "Os Verdes" (CDU) é o sindicalista Carlos Cunha, que é técnico de saúde e segurança no trabalho na Petrogal e dirige há mais de 10 anos o Sindicato da Indústria Transformadora, Energia e Atividades do Ambiente do Norte. Defende que os transportes públicos são um dos principais problemas da freguesia.

As eleições de Argoncilhe devem-se à renúncia de todos os eleitos e suplentes do CDS e do PS da Assembleia de Freguesia, na sequência de sucessivas críticas à má gestão da Junta liderada pelo PSD, nomeadamente devido à aquisição de serviços sem emissão dos respetivos recibos.

O executivo da freguesia confirmou o facto, referindo que em causa estavam trabalhos como a limpeza de sanitários públicos, casa mortuária e parque de lazer, e serviços de coveiro e porteiro no cemitério.

O PS denunciou o caso ao Ministério Público, que confirmou a ilegalidade desses procedimentos, mas não avançou para queixa-crime por os valores em causa serem inferiores a 15 mil euros.

Todos os pagamentos processados de forma indevida foram, contudo, remetidos para a Administração Tributária e para a Segurança Social, para condução dos respetivos processos de contraordenação e aplicação das respetivas coimas.

Segundo dados da Comissão Nacional de Eleições, Argoncilhe tinha em 2017 registados 7.450 eleitores.