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"A posição do Bloco de Esquerda é esta: Agradecer ao Miguel"

A coordenadora do BE, Catarina Martins, agradeceu hoje a Miguel Duarte, jovem que está a ser investigado em Itália por suspeita de ajuda à imigração ilegal, instando o Governo português a transmitir a sua reprovação ao executivo italiano.

"A posição do Bloco de Esquerda é esta: Agradecer ao Miguel"
Notícias ao Minuto

13:57 - 18/06/19 por Lusa

Política Catarina Martins

Catarina Martins e o deputado do BE José Manuel Pureza receberam hoje Miguel Duarte no parlamento, em Lisboa, depois de terem feito uma pergunta ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, noticiada pela agência Lusa, sobre o apoio que o Governo está a dar a este caso.

"A posição do Bloco de Esquerda é esta: agradecer ao Miguel e instar o Governo português a dar-lhe todo o apoio necessário e a transmitir a sua reprovação ao Governo italiano pelo que está a fazer", sintetizou, em declarações aos jornalistas, no final da reunião.

A líder do BE explicou que "o Estado italiano lançou processos sobre civis que, de uma forma altruísta, salvam vidas no Mediterrâneo".

"Estes são processos políticos que vêm de uma política de extrema-direita, de perseguição de pessoas em Itália e estes processos têm consequências muito concretas, porque a partir do momento em que começaram a perseguir civis que de uma forma altruísta, generosa, salvam pessoas no Mediterrâneo pararam estas missões de salvamento de civis e nós temos tido picos de mortes no Mediterrâneo porque não há ajuda", lamentou.

O facto de o Mar Mediterrâneo ser "um cemitério a céu aberto" deve deixar todos chocados, prosseguiu Catarina Martins.

"Há uma coisa que deve ser dita muito claramente que é obrigada. Obrigada ao Miguel Duarte e às pessoas que com ele, sem ganharem nada, vão para o Mediterrâneo salvar vidas", enalteceu.

O Estado português, na perspetiva da dirigente bloquista, deve agradecer-lhe a este jovem "a sua generosidade e o salvar vidas humanas".

"Uma vez que seguramente estamos todos gratos ao Miguel Duarte pela sua ação de salvar vidas no Mediterrâneo e sabemos que este é um processo político para que mais gente morra no Mediterrâneo, para que não se salvem pessoas, é preciso que o Governo português, que o Estado português, tenha uma palavra muito clara de reprovação pelo que está a acontecer com este processo", insistiu.

O BE reiterou, assim, que o Governo português deveria "transmitir ao governo italiano a reprovação do Estado português por esta perseguição política a quem de forma altruísta salva vidas no Mediterrâneo", defendendo que "este processo não devia sequer chegar a julgamento".

Em declarações à agência Lusa a propósito da pergunta enviada ao Governo, José Manuel Pureza já tinha defendido hoje que o Governo português tem a obrigação de, "diplomaticamente, expressar a sua reprovação" pelo "gesto inqualificável" em relação a Miguel Duarte, questionando o executivo sobre o apoio prestado.

Miguel Duarte e mais nove ex-tripulantes do Iuventa, um navio pertencente à organização não-governamental (ONG) alemã de resgate humanitário no Mediterrâneo, foram constituídos arguidos e estão sob investigação em Itália por suspeita de ajuda à imigração ilegal.

No final da referida reunião, o jovem ativista afirmou que que ainda não recebeu qualquer contacto do Governo português, assumindo que não esperava tanta solidariedade da campanha de 'crowdfunding'.

Na segunda-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros português garantiu todo o apoio a Miguel Duarte, sublinhando que é preciso ter noção de que as suas ações "são inspiradas por razões humanitárias".

Na segunda-feira, a 26 dias do prazo final, a campanha lançada pela plataforma HuBB - Humans Before Borders que pretendia angariar 10 mil euros para apoiar a defesa do estudante português, tinha angariado até às 15:30 de hoje 25.240 euros doados por 1.389 apoiantes, através da página de financiamento colaborativo PPL, duplicando assim o objetivo que tinha estabelecido.

JF (ACC/RCR)//ACL

Lusa/fim

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