"O PAN está disponível para influenciar quem esteja a governar"
André Silva foi recebido esta quinta-feira por Marcelo Rebelo de Sousa. Em declarações aos jornalistas, o deputado do PAN mostrou-se disponível para apoiar um eventual governo eleito nas próximas legislativas.
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Política André Silva
No rescaldo das eleições europeias, em que o PAN conseguiu assumir-se como a terceira força política entre os votantes com menos de 25 anos, Marcelo Rebelo de Sousa recebeu André Silva ao final da manhã desta quarta-feira, já depois de ter reunido com o CDS, o PSD e o PCP.
Em declarações aos jornalistas, André Silva revelou que ao Presidente da República o PAN transmitiu aquela que "será a sua postura", que será "tão semelhante ao que foi feito até às eleições", e que passará nomeadamente por "continuar a trabalhar, fazendo o fecho do processo legislativo que irá decorrer durante o próximo mês e meio".
Relativamente a este tema, detalhou o deputado do PAN que o partido incidirá sobre temas como "o reforço de direitos de mulheres na gravidez e no parto, no estatuto do cuidador informal, ao nível da utilização de plásticos descartáveis na restauração".
Importa ainda ao partido que foi a surpresa das eleições Europeias que se proceda à alteração do Código Penal, no que ao crime de violação diz respeito. "Deixará de ter como pressuposto a violência para passar a exigir o consentimento".
Revelou o porta-voz do PAN que na reunião que teve lugar em Belém foi abordada a "postura na União Europeia, nomeadamente no seio da família dos Verdes que está a crescer (74 deputados). Queremos influenciar os destinos da política europeia nos próximos cinco anos, sendo a força positiva e decisória que pode ajudar as principais forças políticas a fazer uma transição para uma economia de baixo carbono, promovendo medidas concretas de combate às alterações climáticas. Sabemos que as metas não estão a ser cumpridas". Com efeito, advogou, "há planos que têm de ser refeitos e o PAN, junto dos Verdes, está empenhado em ser decisivo".
O partido representado pelo deputado na Assembleia da República mostrar-se-á igualmente empenhado "na construção de um plano eleitoral a apresentar nas eleições legislativas de 2019, cujo objetivo eleitoral é conhecido desde há vários anos, que é ter um grupo parlamentar para termos mais responsabilidades e nos conseguimos consolidar no sistema democrático português".
Já questionado relativamente à possibilidade de poder apoiar um futuro governo, que a opinião pública tem cogitado, André Silva foi perentório, argumentando que "o PAN pretende ter mais responsabilidades para influenciar políticas de economia real" e, assim, "travarmos ou descentrarmos o discurso nas matérias económicas, naquilo que é o enviesamento do PIB. Temos de conseguir trazer para o debate político um discurso mais responsável para preservar o futuro".
O PAN, reforçou, "está disponível para, dentro do que são os seus valores, a sua mundivisão, influenciar quem esteja a governar e diz isto desde 2014. A solução governativa que está em vigor, nomeadamente os partidos de Esquerda que apoiam o Governo, entendeu e bem, ao longo destes anos, aceitar algumas das nossas propostas e com isso consideramos que conseguimos melhorar os orçamentos de Estado e fazer avançar algumas causas".
Entende simultaneamente que o PAN que "é responsável por, mesmo que seja numa posição minoritária, conseguir influenciar qualquer governo que venha a sair das eleições de 2019". Todavia, para André Silva ainda é cedo para "fazer cenários". "Não conhecemos programas eleitorais de nenhum partido e o PAN, nas eleições de outubro, ainda não elegeu nenhum deputado. Entendemos que após as eleições, e se a matemática parlamentar assim o disser, estaremos disponíveis para conversar", enfatizou.
O deputado foi ainda questionado relativamente ao facto de o PAN ser acusado de não assumir uma posição clara no Parlamento, materializada nas abstenções que tem por protagonizado. "Não é verdade", defendeu. Fez saber André Silva que, entre esta quinta e sexta-feira, o partido irá divulgar uma análise sobre "todas as propostas que foram votadas desde o início da legislatura sobre quem se abstém mais e menos e para percebermos quem toma mais ou menos posições. E o comentarismo português poderá fazer essa análise".
Para rematar, recordou ainda: "O PAN tem tido posições claras sobre o Orçamento do Estado, sobre moções de censura e outras tantas matérias estruturais".
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