PCP e Verdes reclamam ação nos transportes fluviais e ferroviários
Os grupos parlamentares comunista e ecologista exigiram hoje ações concretas ao Governo socialista de investimento e contratação de pessoal para os transportes fluviais e ferroviários, entre outros, lamentando a degradação do serviço público.
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Política Parlamento
"A situação dos transportes públicos, os problemas que estão a ser sentidos todos os dias pelas populações, pelos utentes e pelos trabalhadores exigem que o Governo dê finalmente respostas concretas e pare de bloquear a aplicação das medidas urgentes e indispensáveis que estão há muito identificadas nas empresas do setor", afirmou o deputado comunista Bruno Dias, em declaração política, no parlamento.
O tribuno do PCP defendeu a necessidade de "reforçar a capacidade de resposta - mais investimento nas frotas, infraestruturas e serviços de manutenção e contratação de trabalhadores para fazer face às gritantes carências de pessoal".
"Faltam trabalhadores em todas as áreas - seja na ferrovia, seja, aliás, nas várias empresas. Isso mesmo foi confirmado nesta assembleia pela administração da Transtejo e Soflusa. O ministro do Ambiente, hoje na comissão parlamentar, afirmou que 'as contratações que estão a ser feitas correspondem às necessidades que se colocam nas empresas'", disse.
Segundo Bruno Dias, o responsável governamental, "antes disso, tinha dito que há 'quatro novos mestres na Soflusa' e há 'quatro mestres de baixa prolongada'. Entretanto, nada respondeu à falta de pessoal em todos os setores ou à precariedade dos trabalhadores nos pontões ou ao atraso das obras nos terminais".
Desde o início do mês que as ligações fluviais entre Barreiro e Lisboa foram perturbadas, devido à greve dos mestres das embarcações, com várias carreiras suprimidas, além da greve às horas extraordinárias que se deverá prolongar até final do ano e, segundo a Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), na Soflusa trabalham 21 mestres, dos quais três se encontram de baixa médica, mas são necessários pelo menos 24 para o serviço funcionar com qualidade.
"O não-investimento, por parte de sucessivos governos, em embarcações, para garantir o transporte fluvial de passageiros no Tejo, na ligação da margem sul a Lisboa, tem promovido a degradação deste serviço público", alertou, também na sua declaração política, a líder parlamentar do PEV, Heloísa Apolónia.
A deputada ecologista considerou ser "com medidas e investimentos concretos, atempados e eficazes, que o setor dos transportes poderá corresponder ao desígnio da mitigação da mudança climática" e avisou para "os efeitos de esconder o lixo para baixo do tapete", pois "exige-se" ao Ministério do Ambiente "que tenha consciência da realidade e que assuma as responsabilidades que tem de assumir".
O deputado democrata-cristão, em pedidos de esclarecimento a PCP e PEV, lamentou que ambos os partidos tenham votado a favor de quatro orçamentos do Estado do Governo socialista, sem que o documento salvaguardasse as medidas necessárias para reforço dos serviços de transporte
O social-democrata Bruno Vitorino, referindo-se ao mesmo assunto, acusou comunistas e ecologistas de bipolaridade política, enquanto o seu colega de bancada Carlos Silva afirmou que o executivo socialista "tenta disfarçar as suas responsabilidades atrás de uma propaganda panfletária" quando não há mais do que "promessas e expetativas virtuais", acrescentando que "é devido à política patriótica e de esquerda que se instalou o caos" nos transportes.
O socialista Carlos Pereira apontou PSD e CDS como "responsáveis pela maior queda de investimento e de contratações, na última legislatura" e destacou que "a evolução do investimento" indica que "este Governo irá investir quatro vezes mais do que o anterior" e, portanto, sociais-democratas e democratas-cristãos "não têm legitimidade nenhuma para fazer perguntas sobre investimento ou contratação pública".
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