Costa admite 'eurogeringonça' e por cá manter a "amizade" com PCP e BE
No rescaldo da vitória nas eleições europeias, o primeiro-ministro António Costa admite que uma 'eurogeringonça' é uma possibilidade. Dentro de portas, reforçou que quer manter as boas relações com Bloco e PCP, mas reforçou a ideia de que uma 'geringonça' no Governo será um cenário pouco provável.
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Política António Costa
António Costa deu, esta segunda-feira, uma entrevista à SIC, onde reiterou que a boa relação com o Bloco de Esquerda (BE) e o PCP são para manter, mas afastou a hipótese, tal como já tinha feito anteriormente, de contar com estes dois partidos para a formar o elenco de um próximo governo.
“A clareza das posições é muito saudável, mas obviamente também implica limitações sobre a intensidade da relação. Por isso é que eu costumo dizer que aquilo em que conseguimos convergir tem sido suficiente para uma muito boa amizade, mas é insuficiente para podermos ter um casamento. E é como as pessoas dizem: ‘não vale a pena estragar uma amizade, com um namoro mal sucedido’. Aqui é um caso assim”, afirmou o primeiro-ministro, salientando que também não antevê que alguns dos partidos “esteja disponível para se descaracterizar o suficiente para que essa solução fosse possível”.
Já com o PAN (Pessoas-Animais-Natureza), partido que elegeu um eurodeputado nas eleições europeias de domingo, a história é outra. O primeiro-ministro afirmou que tem mantido um quadro de diálogo produtivo com o PAN, que já viabilizou todos os orçamentos, e admitiu que as relações possam estreitar-se na próxima legislatura, caso volte a formar Governo.
"Nada obsta em sentido contrário. Nestes três anos e meio, temos tido uma excelente relação com o PAN. Reparem que o PAN nunca votou contra as propostas do Governo de Orçamento do Estado nesta legislatura - e em alguns casos creio que até votou a favor", respondeu o líder do executivo.
Ainda sobre este cenário de integrar o PAN como eventual parceiro de uma maioria parlamentar de suporte ao Governo, António Costa referiu que, apesar de não haver qualquer posição conjunta assinada com o partido do deputado André Silva, "tem havido sempre negociações" com esta força política ao longo da presente legislatura.
"Tem havido uma relação de grande proximidade com o PAN e de boa colaboração - relação que pode continuar e estreitar-se", frisou.
Quanto aos resultados alcançados ontem nas eleições Europeias por cá e além fronteiras, o primeiro-ministro admitiu, nesta entrevista à SIC, a possibilidade de uma 'eurogeringonça'.
“A grande alteração que houve nestas eleições é que, até agora, o PPE fazia maioria como qualquer uma das outras duas grandes forças. Agora, deixou de fazer, o que implica uma triangulação para fazer acordos mais alargados. A solução que tem de se encontrar no Conselho [Europeu] tem de ser combatível com a solução que se encontra no Parlamento Europeu. Obviamente que no quadro do Parlamento, os Verdes terão uma posição muito relevante, no Conselho não têm porque não estão”, afirmou.
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