“O problema destas eleições europeias em Portugal é que se discute tudo menos a Europa”, escreve Joaquim Jorge, num artigo de opinião remetido ao Notícias ao Minuto.
O fundador do Clube dos Pensadores (CdP) acredita que é “necessário ‘melhorar a Europa’, mas [mais] do que isso é preciso ‘mais Europa’, para alcançar uma união monetária imune a recessões e uma política social que minimize as desigualdades”.
“Estas eleições irão eleger um Parlamento Europeu com cada vez mais anti-europeus. A Europa no futuro poderá implodir por dentro, e não por fora”, refletiu, enumerando que as “mudanças climáticas, desigualdade, imigração e nacional-populismo” são os temas do futuro.
O biológo de formação dedica ainda algumas linhas à presença do primeiro-ministro, António Costa, nesta campanha eleitoral. “António Costa está em todas, ora como primeiro-ministro ora como secretário-geral do PS, até passa a ideia que é o António Costa quem vai a votos, mas seguramente é Pedro Marques”, indicou.
Joaquim Jorge escreve que “este frenesim” acontece porque o primeiro-ministro “quer que o PS vença as europeias para embalar para as legislativas”. “Mas não precisa de estar tão preocupado. O PSD e o CDS concorrem separados às legislativas e, deste modo, não conseguirão maioria de votos. Mesmo que António Costa não fosse o mais votado a 6 de outubro, o que duvido, voltaria a formar governo com a esquerda”, sustentou.
“O centro-direita só voltará ao poder em Portugal se fizer uma coligação pré-eleitoral, quem foi o primeiro a ver isso chama-se Sá Carneiro com a AD (Aliança Democrática)”, termina Joaquim Jorge.