Num comício esta noite, em Faro, o eurodeputado reiterou que "os deputados eleitos" pela coligação que une comunistas e ecologistas "votarão contra qualquer proposta que prejudique o país" e tentarão "agir junto de outros para acompanharem esta posição no Parlamento Europeu".

"Mantemos o desafio que exige resposta até ao dia das eleições. Se se mantiver a atual proposta da Comissão Europeia, como é que PS, PSD e CDS vão votar este orçamento? Usará o Governo português o seu poder de veto para impedir o terceiro corte consecutivo num quadro financeiro plurianual para Portugal?", disse.

João Ferreira deixou ainda um alerta: "ficamos a aguardar a resposta, mas desde já avisamos - o silêncio será entendido como uma fuga e um não compromisso com os interesses nacionais".

"Caros camaradas, estimados amigos, aqui estamos para reafirmar que puderam contar com a CDU e podem confiar na CDU. O voto na CDU não será um voto perdido, traído ou desperdiçado. O voto na CDU é um voto que fará lá, em Bruxelas, o que dizemos aqui, hoje e agora. É um voto que nunca vacilará quando estiverem em causa as grandes causas que nos mobilizam para defender trabalhadores, povo e país", garantiu.

"Estivemos e estaremos lá sempre. Nos difíceis tempos da 'troika', lá estivemos na primeira linha da resistência, não atirando a toalha ao chão e tratando todos aqueles que chantagearam o nosso país e os nossos direitos como mereciam, com determinação, coragem e luta, dizendo que os destinos de Portugal serão decididos pelas próprias mãos e não por nenhum burocrata a mando dos poderes que mandam na União Europeia", afirmou.

João Ferreira virou-se também para as outras candidaturas, nomeadamente para o cabeça de lista do CDS-PP, Nuno Melo, sobre questões ambientais.

"Não acordamos para o problema do meio ambiente apenas quando há eleições. Ainda há dias por aí vimos alguns que resolveram ir fazer campanha para as praias, apanhando lixo, restos de plástico", recordou, referindo-se a uma ação de campanha dos centristas.

Segundo o candidato da CDU, aqueles, "não o disseram, foram os mesmos que, ainda não há muitos meses, em outubro, no Parlamento Europeu, quando votaram a diretiva para redução do impacto de produtos de plástico no ambiente, tiveram oportunidade para contribuir para proibir a utilização de quase todo o tipo de plástico descartável de utilização única".

"Não o fizeram e andam agora com as câmaras de televisão atrás a apanhar o lixo que não quiseram proibir e vai parar às nossas praias", lamentou, sublinhando que a CDU votou em sentido contrário.