PCP questiona Governo sobre problemas na ligação fluvial da Soflusa
O PCP questionou hoje o Governo sobre a situação na Soflusa, empresa responsável pela ligação fluvial entre o Barreiro e Lisboa, considerando necessário avançar para a contratação imediata dos trabalhadores em falta.
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Política Transportes
"Recentemente, tomámos conhecimento de uma enorme degradação da situação operacional da Soflusa que, para além de várias supressões de serviço que se têm verificado, levou a novos cortes na oferta do transporte fluvial na Soflusa, com especial gravidade nas horas de ponta, o que veio agravar ainda mais o serviço público de transporte fluvial que liga o Barreiro a Lisboa", referem os deputados do PCP, eleitos pelo distrito de Setúbal, em comunicado.
O documento acrescenta que existe uma carência de "mais de 30 trabalhadores divididos por todas as áreas, com especial preocupação para os mestres, maquinistas e marinheiros, mas também trabalhadores das áreas comerciais e de apoio aos utentes".
O PCP frisa ainda que a frota necessita de manutenção e que os cais de acostagem precisam de ser intervencionados, bem como as instalações do terminal fluvial do Barreiro.
No documento, o PCP questiona o Governo, através do Ministério do Ambiente, sobre quais as medidas que vai tomar para a admissão imediata de trabalhadores, sobre a formação dos trabalhadores, de modo a assegurar as condições para substituir os que se vão reformando, e em relação à integração dos trabalhadores com vínculos precários.
O PCP quer ainda saber sobre os planos de manutenção das embarcações e sobre as obras no terminal fluvial do Barreiro.
A Soflusa anunciou na terça-feira não conseguir prever quando vai repor as ligações fluviais entre Barreiro e Lisboa, que começaram a ser suprimidas desde sexta-feira devido à falta de mestres.
Em resposta por escrito a questões colocadas pela agência Lusa, a Soflusa esclareceu na terça-feira que, "dada a escassez de tripulantes habilitados a exercer a função de mestre, ainda que existam esforços da empresa e um diálogo permanente com a comissão de trabalhadores e sindicatos, não pode prever a reposição da normalidade operacional".
A Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Barreiro (CUSPAS) anunciou hoje que vai realizar na sexta-feira uma ação de protesto contra a situação na Soflusa, que tem suprimido carreiras.
"No sentido de exigir mais respeito pelos utentes e por uma resolução urgente destes alegados constrangimentos, a Comissão de Utentes convoca uma tribuna/concentração de protesto a realizar na próxima sexta-feira, 17 de maio, entre as 17:00 e as 19:00, junto do terminal fluvial da Soflusa, na estação do Sul e Sueste em Lisboa", anunciou a comissão em comunicado.
Frederico Pereira, do Sindicato da Martinha Mercante, afeto à Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS), afirmou à Lusa que os sindicatos estiveram hoje numa reunião com o secretário de estado Adjunto e da Mobilidade, José Mendes, que anunciou a contratação de seis marinheiros.
"Na reunião, o que nos foi dito é que existe já um concurso interno para passar quatro marinheiros a mestres e que foi aberto um concurso para a contratação de seis marinheiros. Consideramos que é insuficiente para enfrentar as necessidades", salientou.
O sindicalista referiu que a situação na empresa se tem vindo a agravar e que no dia de hoje aumentaram o número de carreiras suprimidas na ligação entre Barreiro e Lisboa.
"Um dos mestres adoeceu durante o serviço e não existem tripulações para substituir. Os mestres já estão a fazer muitas horas extraordinárias e não aguentam, alguns deles estão a recusar fazer horas. Existe já um pré-aviso, a partir de 23 de maio, para uma greve dos mestres às horas extraordinárias", frisou.
A Soflusa é responsável por fazer a ligação entre o Barreiro e Lisboa, enquanto a Transtejo, que faz parte do mesmo grupo, assegura as ligações fluviais entre o Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão e Lisboa.
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