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PSD e CDS não temem ser prejudicados pela polémica dos professores

PSD e CDS-PP concordaram hoje, no debate das europeias, que a polémica sobre os professores não vai prejudicar os dois partidos nas eleições deste mês, coincidindo ainda nas críticas ao Governo na execução dos fundos comunitários.

PSD e CDS não temem ser prejudicados pela polémica dos professores
Notícias ao Minuto

23:59 - 07/05/19 por Lusa

Política Europeias

Depois de terem concorrido coligados em 2014, o PSD e o CDS-PP apresentam-se agora às eleições para o Parlamento Europeu em listas separadas, tendo os cabeças-de-lista Paulo Rangel (PSD) e Nuno Melo (CDS-PP) estado hoje à noite no frente-a-frente da RTP3.

Os últimos minutos do debate foram sobre a recente polémica relacionada com a contagem do tempo de serviço dos professores, tendo ambos os candidatos sido questionados se temiam perder votos nas eleições europeias de 26 de maio.

"O doutor António Costa gostaria que o PSD e o CDS perdessem votos à conta desse tema. Eu acho que isso só revela a fragilidade do próprio PS, porque quando o PS se vê na necessidade de nacionalizar a campanha europeia significa que não confia, não valoriza, não acredita suficientemente no seu próprio cabeça-de-lista", começou por responder Nuno Melo.

Assim, o eurodeputado do CDS-PP acredita que este caso não vai resultar na perda de votos uma vez que a posição do partido "agora começa a ser percebida".

"A máquina de comunicação do PS conseguiu iludir durante alguns dias, mas à medida que os dias forem passando vai perceber-se que a posição do CDS esteve sempre dependente de determinadas condições que o PS chumbou", apontou.

Também Paulo Rangel não teme que o PSD possa sair prejudicado nas urnas uma vez que não "há uma contaminação".

"Isto é uma manobra quase de opereta política. Andam a ver muito aquela série de ficção 'House of Cards' ou 'Borgen' ou uma coisa assim e resolveu [António Costa] fazer uma jogada política, mas os portugueses não são tontos e não se deixam enganar por uma manobra de diversão", assegurou.

Na primeira metade do frente-a-frente, Rangel e Melo discordaram em algumas matérias europeias e trocaram alguns "galhardetes", por exemplo, sobre qual era o partido mais europeísta, o posicionamento no espectro político e as votações sobre temas como os impostos europeus ou o fim da unanimidade.

Paulo Rangel disse, aliás, no início do debate, que o PSD é "um partido mais pró-europeísta do que o CDS-PP", tendo Nuno Melo respondido, depois, que "hoje o PSD é um partido de centro", enquanto os centristas não têm "nenhum desconforto com ser de direita" e, ao contrário dos sociais-democratas, não fazem quaisquer acordos com o PS nem nunca viabilizarão nenhum Governo socialista.

Os dois candidatos começaram a concordar e a ter posições muito semelhantes quando foi trazido para o debate o tema dos fundos comunitários.

Para o cabeça-de-lista do CDS-PP, estes fundos foram extraordinariamente bem aplicados quando os dois partidos de direita estiveram no Governo, o que não está a acontecer com o Governo socialista, que até "aceita perder 7% dos fundos de coesão".

Na mesma linha, o candidato do PSD criticou a execução por parte do executivo socialista, acusando-o mesmo de "incompetência" e de "desperdício do quadro comunitário", o que Nuno Melo reforçou e apelidou de "tragédia".

Sobre os populismos na União Europeia e a posição que o eurodeputado do CDS-PP assumiu em relação ao Vox (Espanha) - numa entrevista à agência Lusa afirmou que não era um partido de extrema-direita -, Nuno Melo reiterou que "o parceiro espanhol do CDS é o Partido Popular" e que aquilo que não aceita "são os duplos critérios" e que apliquem para o Vox os critérios que não usam para o Podemos ou o Bloco de Esquerda.

"Se dependesse de mim, o Vox não entrava no Partido Popular Europeu (PPE). Mas o Vox pode pedir", acrescentou.

Já Paulo Rangel deixou claro que "o Vox é um partido de direita radical e não tem lugar no PPE em caso algum", mas concordou com Nuno Melo sobre o facto de não se olhar para os movimentos de extrema-esquerda como para os de extrema-direita.

"Os populismos tanto estão na esquerda como na direita", salientou o social-democrata.

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