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"Contas de Centeno são fraude. Combinações possíveis são quase infinitas"

Na primeira entrevista após a crise política, que marcou os últimos dias, Rui Rio disse não ser um "corredor de velocidade em competições mediáticas" para justificar a demora na sua resposta à ameaça de demissão de Costa. Mais, disse o líder do PSD, os 800 milhões de euros de que fala o ministro Centeno são "uma fraude".

"Contas de Centeno são fraude. Combinações possíveis são quase infinitas"
Notícias ao Minuto

20:51 - 07/05/19 por Ana Lemos

Política Rui Rio

O líder do PSD disse, esta terça-feira na TVI em entrevista no ‘Jornal das 8’, que para o PSD "é vital" que aquilo que vier a ser aprovado "não provoque desequilíbrios futuros" porque, sustentou Rui Rio, "não podemos [PSD] votar a favor de um diploma que não prevê a salvaguarda financeira”.

Neste sentido, garantiu o líder 'laranja', não houve um "recuo do PSD", mas sim um "equívoco" alimentado pela comunicação social e por alguns intervenientes políticos, entre os quais o próprio António Costa que, disse Rio, criou esta "crise".

Aliás, sublinhou, "não troquei nenhuma palavra com o Presidente da República" porque "toda esta crise é artificial, um golpe de teatro de fraca qualidade, e ao falar [com o chefe de Estado] dava valor a algo sem valor nenhum".

Quanto à alegada (e muito criticada) demora a reagir à ameaça do primeiro-ministro, Rio esclareceu, na antena da TVI, que leva "sempre algum tempo a reagir" porque "quando está uma confusão, e tudo aos gritos, ninguém se entende".

"A crise política é feita pelo primeiro-ministro, não é feita por nós""E para evitar toda essa confusão, só apareço depois, com calma. A política não é uma correria é para ser feita com sentido de equilibro", vincou Rio, justificando o facto de ter reunido no sábado com personalidades do PSD e a Comissão Permanente: “Não reuni as pessoas para saber como se vota, mas para saber como reagir politicamente à ameaça, ao espectáculo montado pelo primeiro-ministro".

Rio não é deputado mas explicou "direitinho" o que queria

Lembrando que não é deputado, Rui Rio insistiu na ideia de que o PSD não recuou. O que se passou na comissão parlamentar de Educação, na última quinta-feira, foi "uma votação artigo a artigo" e não a votação do diploma final, que só deverá acontecer em plenário na próxima sexta-feira, dia 10.

"Para o PSD é absolutamente vital que aquilo que vier a ser aprovado não origine desequilíbrios orçamentais futuros. Por isso, propusemos a norma travão, se vier a ser reprovada em plenário não podemos votar a favor"Por essa razão, prosseguiu, "o PSD só recuava se tivesse votado de uma maneira e depois de outra. Mas o PSD ainda não votou de maneira nenhuma. E esse é que é o equívoco. Se tivesse havido uma votação na comissão, o PSD tinha votado contra, porque a lei travão foi reprovada". Mais, acrescentou Rio: "Se na fotografia final não estiver a salvaguarda, somos contra".

O líder dos sociais-democratas assegurou ainda que "o voto do PSD não poderá ser diferente do que sempre disse", por isso, informou "os deputados direitinho sobre o que queria". E o que queria Rio? "Esta salvaguarda", vingando que "nunca disse que ia votar a favor" da recuperação dos nove anos, quatro meses e dois dias do tempo de serviço dos professores.

E se for eleito, o que promete Rio oferecer aos professores?

Negociar” com os sindicatos dos professores. É esta a promessa deixada pelo líder do PSD, caso seja eleito primeiro-ministro nas eleições legislativas de outubro. Até porque, alertou, as contas do ministro das Finanças “estão erradas”.

"Se os 800 milhões de euros fossem verdade - o que nunca aconteceria - significava ‘tudo para todos e já’. Isso era o que queria o Bloco de Esquerda e o PCP. Só assim se percebe a manha de Centeno. Mesmo que fossem 800 milhões, líquidos para o Estado eram 480 milhões por causa dos descontos para o IRS e Caixa Geral de Aposentações”, apontou Rio.

Por essa razão, reforçou, “as contas de Centeno são uma fraude. [Aliás], é impossível fazer a contas porque as combinações possíveis são quase infinitas”, afirmou, acusando o ministro das Finanças de estar a “enganar as pessoas”.

É necessário, por isso, e também em defesa de um “tratamento igual” entre carreiras na Função Pública, “negociar com os sindicatos”, até porque “há mais professores do que é preciso dada a escassez de alunos”.

A terminar a entrevista na TVI, o líder do PSD, Rui Rio, reiterou que a "farsa que o primeiro-ministro [António Costa] montou em Portugal foi irresponsável" e deveu-se ao facto de "a vida estar a correr-lhe mal" na campanha para as europeias. Então, decidiu Costa "fazer este número".

[Notícia atualizada às 21h57]

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