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“PS tem a pretensão de poder decidir sozinho e tem sido um problema”

O secretário-geral do PCP afirmou esta terça-feira que o PS “tem a pretensão de poder decidir sozinho” e isso “tem sido um problema ao longo dos últimos três anos e meio”. Paralelamente, Jerónimo de Sousa vincou a ideia que "não podemos enganar" e "iludir" os professores.

“PS tem a pretensão de poder decidir sozinho e tem sido um problema”
Notícias ao Minuto

15:38 - 07/05/19 por Melissa Lopes

Política Jerónimo de Sousa

Estas declarações foram proferidas em Montemor-o-Novo quando os jornalistas questionavam Jerónimo de Sousa sobre a questão do tempo de recuperação do tempo de serviço dos professores, tema que motivou uma crise política no final da semana passada com o primeiro-ministro a ameaçar demitir-se caso o diploma passasse na votação final global. 

PSD e CDS, que haviam votado ao lado de BE e PCP a favor da recuperação integral do tempo de serviço, recuaram entretanto as suas posições, apresentando uma adenda ao diploma anterior que definia a recuperação integral apenas se isso não colocasse a sustentabilidade das contas públicas em causa. Propostas das quais PCP e Bloco de Esquerda já se afastaram. 

“A grande questão é que não podemos enganar, iludir os professores. Votar aqueles critérios, aqueles constrangimentos a troco de uma mão cheia de nada, ainda por cima abrir uma outra frente de ofensiva contra os professores que seria a alteração da sua carreira acho que, mais cedo ou mais tarde, vão assumir que fizemos bem”, justificou. 

O secretário-geral do partido defendeu que vai ter de se continuar "a lutar naturalmente pela reposição de direitos que são justos, que são de facto possíveis - depende muito das opções do governo - e naturalmente evitar perigos novos sobre os professores, as suas carreiras e os seus direitos". 

Jerónimo de Sousa diz-se de "consciência tranquila" por ter sido a força que "apresentou propostas que resolveriam o problema e, simultaneamente, continuar a defender aquilo que são direitos legítimos de professores". 

O líder do PCP considerou ainda que "não foi aceitável o nível de argumentos por parte do primeiro-ministro" e que, se se fizer um exercício de memória, "vimos estes argumentos na boca de muitos ministros do PSD e do próprio Passos Coelho".

"Não é bom para a democracia por trabalhadores contra os trabalhadores. Tratar uns como privilegiados e, simultaneamente esquecer que se houve privilegiados nesta fase foi de facto em relação às medidas de apoio à banca, às PPP, em relação a esta política de mata-cavalos da redução do défice, de consumo de tudo aquilo que é remanescente, que é mealheiro do nosso país para pagar juros da dívida", disse, sugerindo ao primeiro-ministro uma "posição construtiva". 

"O problema é de facto a necessidade de o PS fazer opções. Não usar este argumento para tentar alterar a conjuntura e correlação de forças existente aqui no nosso país", rematou. 

Geringonça chegou ao fim?

Questionado pelos jornalistas sobre se esta questão pode ter ditado o fim da Geringonça, Jerónimo de Sousa respondeu que os comunistas continuam "a considerar que é possível manter esta política de avanços", sublinhando que "o pior que aconteceria era o retrocesso em muitas áreas".

"O PS tem a pretensão de poder decidir sozinho e isto tem sido um problema ao longo destes três anos e meio", criticou, enaltecendo: "[O PS] Teve que contar com opinião, com proposta, a insistência e persistência do PCP". 

O líder do partido acrescentou ainda que, da parte do PCP, nunca houve dúvidas em relação a uma questão central" desta solução governativa. "A posição conjunta definia o grau de compromisso e o nível da convergência. Avançou-se muito e nós não deixamos de valorizar, mas o PS, com certeza, achará que chegou ao limite e precisa, de sozinho, fazer o que pretende", queixou-se. A resposta a este problema, rematou, só pode ser dada pelos portugueses nas urnas.

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