PPP: "Única explicação" para o "recuo do PS" é a pressão dos privados
Mariana Mortágua diz ter a certeza de que "há muitas pessoas" no PS que concordam com a ideia de João Semedo e de Arnaut sobre a Lei de Bases da Saúde. Por isso, a "única explicação" que encontra para o recuo em relação às parcerias público-privadas (PPP) é a pressão que os privados exercem.
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Política Mariana Mortágua
Pressão dos privados. Mariana Mortágua não encontra outra explicação para o primeiro-ministro, António Costa, ter mudado de ideias quanto às PPP na saúde, se não esta.
Em entrevista à RTP 3, esta quarta-feira, a deputada bloquista disse que a “saúde pública dá muito dinheiro” e que é um “grande negócio” para “poucas empresas privadas”.
E terá sido por isso que o Governo cedeu na questão das PPP que o Bloco de Esquerda já havia acordado proibir na nova Lei de Bases da Saúde.
“É a única explicação que posso ter para um recuo e uma mudança de posição face àquilo que tinha sido acordado e face até àquilo que o PS diz ser”, afirmou Mortágua, acrescentando ter a “certeza” que no seio do partido do Governo há “muitas pessoas” a concordar com a ideia dos dois grandes defensores do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
“Tenho a certeza que há no PS muitas pessoas que concordam com a ideia de Arnaut, que concordam com a ideia de João Semedo, que querem ver o SNS reforçado, público e universal, tal como está constitucionalmente assegurado e previsto”, completou.
O PS, recorde-se, argumenta que o acordo que o BE anunciou ter firmado com o Governo (um documento assinado pela ministra da Saúde, Marta Temido, que riscava, literalmente, a possibilidade de parcerias público-privadas) correspondia apenas a uma versão de trabalho, não se tratando por isso da proposta de final. O PS, entretanto, já entregou uma nova versão em que deixa em aberto a possibilidade de PPP na saúde, o que deixou Catarina Martins "em choque".
As votações indiciárias sobre a nova Lei de Bases da Saúde, que deviam ter acontecido na semana passada, dia 26 de abril, no Parlamento, foram adiadas por uma semana a pedido do PCP, dado o grande número de alterações propostas.
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