Cristas diz que se começa a viver clima de "alguma asfixia democrática"
A presidente do CDS-PP disse hoje não compreender a intenção do Ministério da Saúde ao determinar uma sindicância à Ordem dos Enfermeiros, mas considerou que se começa a viver "um clima de alguma asfixia democrática" em Portugal.
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Política CDS
"Vejo [a sindicância à Ordem dos Enfermeiros] com grande preocupação porque não percebo onde é que o Ministério da Saúde quer chegar. E acho que se começa a viver um clima de alguma asfixia democrática em Portugal", disse a líder centrista, em declarações aos jornalistas no final de uma visita ao Comando Distrital de Setúbal da PSP.
A sindicância à Ordem dos Enfermeiros determinada pela ministra da Saúde, Marta Temido, teve início na segunda-feira ao início da tarde.
Já hoje, a bastonária da Ordem dos enfermeiros anunciou que vai ser pedido o afastamento de todos os inspetores da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) que estão a realizar a sindicância determinada pela ministra da Saúde.
A Ordem dos Enfermeiros considera que os inspetores escolhidos para realizar a sindicância não têm condições, nomeadamente de isenção, para assumir o processo.
Paralelamente, a Ordem já anunciou que vai agir judicialmente contra a sindicância determinada pela ministra da Saúde, considerando que o que esta averiguação pretende é condenar a ordem por delito de opinião.
Sobre a visita que efetuou ao Comando Distrital de Setúbal da PSP, Assunção Cristas adiantou que as preocupações são as mesmas que já tinha ouvido no Comando Nacional e nos Comandos Distritais de Lisboa e do Porto, principalmente a "falta de meios humanos".
"Ouvimos os Governo fazer anúncios de entrada de agentes para as forças de segurança, mas a verdade é que estão muito aquém das necessidades", disse, acrescentando que os novos agentes que estão a entrar para as forças de segurança não chegam sequer para compensar a saída daqueles que atingem a idade de reforma.
"E os relatos que ouvimos, quer aqui, quer no Comando Nacional e nos Comandos Distritais de Lisboa e do Porto, coincidem todos: há cada vez menos agentes, cada vez menos polícias, o que significa menos patrulhamento, menos ação preventiva, mais dificuldades até, muitas vezes, em serem reativos, em chegarem aos locais das ocorrências quando são chamados para isso", salientou.
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