Jovens que interromperam Costa ilustram a "desconexão da classe política"
O PAN considerou hoje que os jovens que interromperam o discurso de António Costa "ilustram bem a desconexão da classe política" em relação às preocupações ambientais, defendendo que a desobediência civil é das poucas formas de se fazerem ouvir.
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Política PAN
Sinan Eden, um dos coordenadores dos ativistas do Extinction Rebellion Portugal, admitiu na terça-feira em entrevista à agência Lusa que ações como a que interrompeu o discurso do primeiro-ministro, na segunda-feira, podem repetir-se "a qualquer momento", explicando que o movimento internacional "é aberto e, por isso, quem se identifica com os princípios e reivindicações pode agir em seu nome.
"Os jovens que interromperam o discurso de António Costa ilustram bem a desconexão da classe política face às preocupações informadas e conscientes de cada vez mais pessoas em relação à maior crise que vivemos: a ambiental", defendeu o deputado único do PAN, André Silva, numa declaração à agência Lusa.
Na opinião de André Silva, "a ação não violenta e a desobediência civil são as únicas ferramentas que estes jovens têm para se fazerem ouvir" quando o Governo português prepara a construção do aeroporto do Montijo, "mais uma decisão com fortes impactos na vida das pessoas e na avifauna do estuário do Tejo".
"Mais do que alimentar os habituais debates do 'a favor' ou 'contra' sobre a iniciativa destes jovens, cremos que devíamos procurar compreender melhor a origem do fenómeno e perceber porque é que estes e outros jovens no país e no mundo não se sentem ouvidos nem representados", apontou.
Os jovens portugueses, na perspetiva do deputado do PAN, "não são apáticos, são um setor da sociedade muito informado, consciente e esclarecido, a quem vai ser deixado um planeta esgotado".
Na segunda-feira à noite, o discurso de António Costa no jantar de aniversário do PS foi interrompido por um grupo de manifestantes que "bombardearam o primeiro-ministro com aviões de papel" para criticar a construção do aeroporto no Montijo.
Dias antes, o novo aeroporto já tinha sido motivo de uma outra ação, esta incluída na "semana internacional": um cartaz do candidato do PS para as eleições europeias, Pedro Marques, foi vandalizado.
Houve um "embate frontal entre um avião de papel das forças da Rebelião de Extinção e um símbolo do Partido Socialista, que repousava num cartaz de propaganda eleitoral em plena Praça de Espanha", contam os protestantes na página "http://rebeldespelavida.climaximo.pt".
"Partido Socialista - 'Mais aviões, mais poluição e mortes certas' foi assim a quinta ação do movimento, que se focou em Pedro Marques, "por ter assinado o novo contrato para o aeroporto do Montijo", explicou Sinan Eden, um turco que, em 2011, veio para Portugal fazer um doutoramento em Matemática no Instituto Superior Técnico e acabou por ficar.
Até ao momento, realizaram-se dez ações diretas não violentas que abordaram a energia, transportes, alimentação, decisões políticas, moda, plástico e resíduos, e 'greenwashing' (apropriação de virtudes ambientalistas por parte de organizações através de técnicas de marketing).
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