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Jorge Félix Cardoso suspende mestrado e entrega-se às Europeias

Jorge Félix Cardoso suspendeu os mestrados em Medicina e em Filosofia Política para se entregar à "intervenção cívica" de "levar os jovens às urnas" nas próximas eleições para o Parlamento Europeu, agendadas para 26 de maio.

Jorge Félix Cardoso suspende mestrado e entrega-se às Europeias
Notícias ao Minuto

10:26 - 14/04/19 por Lusa

Política Campanha

Editor de conteúdos do portal ID Europa, projeto do Conselho Nacional da Juventude, apoiado pelo Parlamento Europeu, Jorge Félix Cardoso considerou que esta entrega à Europa "seria incompatível com a vida universitária" e decidiu suspender os estudos.

"Pareceu-me que seria uma causa em que deveria investir. O projeto europeu passa por tempos muito difíceis. São eleições que vão marcar os próximos cinco anos, que são cinco anos absolutamente cruciais para se perceber se a União Europeia recupera de algumas crises que teve ou se é o culminar de um projeto relativamente recente, apesar de tudo", explica à Lusa.

"Para o ano haverá universidade, certamente. Não é por isso que vou deixar de ter um curso superior e de seguir a minha vida. Mas, parece-me muito mais relevante, neste momento, trabalhar para esta causa do que propriamente estar a estudar o que quer que seja numa universidade", compara. "É um tema que me apaixona", resume.

O portal ideuropa.eu, com atualidade noticiosa sobre a Europa, acompanhamento da campanha em Portugal e "explicadores" sobre o funcionamento da União, tenta "desconstruir o europês numa linguagem mais apelativa para os jovens", descreve o editor.

Para além do portal, o projeto ID Europa -- que tem como objetivo do projeto "levar os jovens às urnas, de forma informada" -- nomeou uma equipa de jovens embaixadores para seis "temas cruciais em jogo" nas próximas eleições: direitos humanos, direitos sociais, migrações e inclusão, ciência e tecnologia, ambiente e futuro da Europa.

Estes embaixadores vão "andar pelas universidades portuguesas", em todo o país, para mobilizar os jovens para o voto. "Já que os jovens não vão a política, a política vai aos jovens, e a Europa vai aos jovens", diz Jorge Félix Cardoso, embaixador para o futuro da Europa.

Refletindo sobre a adesão dos jovens portugueses à greve mundial de estudantes "por um clima seguro", desencadeada pela sueca Greta Thunberg, destacou que, "quando há uma causa que importa, os jovens não perderam o desígnio político, os jovens mobilizam-se".

A adesão foi "muito relevante" e mostrou que "a política pode ser feita para os jovens", desde que não seja "a política do antigamente", mas sim a que responde às "novas causas" e aos "problemas que são relevantes para o futuro", considera.

O universitário sublinha, porém, a falta de respostas dos partidos políticos ao que aconteceu. "O único partido que me pareceu aproveitar o acontecimento para divulgar as suas propostas foi o Livre", destaca.

"Houve alguns que apoiaram a iniciativa, mas não aproveitaram para dizer que, perante esta crise e esta mobilização e interesse dos jovens, o que têm para oferecer é x, y e z", lamenta.

"Os jovens que se manifestaram manifestaram-se de uma forma muito clara (...) a favor de uma ação que pretende colmatar um problema grave, que afeta todos, que afeta o futuro", assinala, perguntando: "Não há propostas para resolver isto? Não há vontade política para conquistar um eleitorado que sai à rua e que se mobiliza? Parece-me uma falta de visão também dos nossos líderes políticos e da opinião pública".

Também os "comentadores habituais" tiveram uma reação "contraproducente para aquilo que tanto se prega: colocar os jovens a participar no processo político, colocar os jovens a ter ideias, a contribuir para o debate, a ir votar e a vislumbrar um futuro", analisa.

"Os comentadores habituais, que passam a vida a pregar contra os jovens, que os jovens não fazem nada, que estão no sofá, que gostam é de beber uns copos e que não se mexem, e depois os jovens saem à rua e vêm dizer 'ah, se eles desligassem a luz ao sair do quarto ou se tomassem banhos curtos é que faziam bem'", critica.

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